quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Três do Poetinha

Se eu fosse um padre (mario quintana)

Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,
não falaria em Deus nem no Pecado
- muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,

não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições...
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,

Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!

Porque a poesia purifica a alma
... a um belo poema - ainda que de Deus se aparte -
um belo poema sempre leva a Deus!


Dos nossos males (mario quintana)

A nós bastem nossos próprios ais,

Que a ninguém sua cruz é pequenina.

Por pior que seja a situação da China,

Os nossos calos doem muito mais...


Bilhete (mario quintana)

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

Um comentário:

  1. IF I WERE A PRIEST

    If I were a priest,
    I would not, in my sermons,
    speak of God,
    or of moral corruption
    —much less talk about the
    Rebel Angel
    and his charming
    seduction.

    I would not cite the saints
    and prophets,
    their heavenly
    promises
    or terrible curses...

    If I were a priest,
    I would cite the poets
    and pray their most
    beautiful verses;

    The kind that have lulled me
    since early childhood,
    some of which I wish
    I had written!
    For poetry purifies the soul…

    And a beautiful poem—
    even if distant from God—
    a beautiful poem
    always takes us to Him!

    Mario Quintana
    (Translated by John D. Godinho)
    If I were a priest in Nova Antologia

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