sábado, 10 de maio de 2008

Para todas as Mães

Diversas canções para homenagear todas as Mães. Músicas Dia das Mães, música para mãe

Minha Mãe - Djavan


Minha Mãe
Djavan


O descampado se via
E eu de esperar
Tava morta
Com jeito de agonia
Eu me encostava na porta
A disfarçar a barriga
Dos risos da fantasia
Fingindo ter
Nos meus olhos
Um sol que nunca podia
Via passar procissões
E os velhos nos caramanchões
ê, ê
Via passar esses dias
Como se fossem dobrados
Ardia em mim
Esse filho
Como se fosse pecado
Filho do pecado


Mãe - Gal Costa (Caetano Veloso) clique no linque para ouvir

Mãe
Caetano Veloso


Palavras, calas, nada fiz
Estou tão infeliz
Falasses, desses, visses, não
Imensa solidão

Eu sou um rei que não tem fim
E brilhas dentro aqui
Guitarras, salas, vento, chão
Que dor no coração

Cidades, mares, povo, rio
Ninguém me tem amor
Cigarras, camas, colos, ninhos
Um pouco de calor

Eu sou um homem tão sozinho
Mas brilhas no que sou
E o meu caminho e o teu caminho
É um nem vais, nem vou

Meninos, ondas, becos, mãe
E, só porque não estás
És para mim e nada mais
Na boca das manhãs

Sou triste, quase um bicho triste
E brilhas mesmo assim
Eu canto, grito, corro, rio
E nunca chego a ti


Coração de Luto - Teixeirinha


Coração de Luto
Teixeirinha


O maior golpe do mundo
Que eu tive na minha vida
Foi quando com nove anos
Perdi minha mãe querida

Morreu queimada no fogo
Morte triste, dolorida
Que fez a minha mãezinha
Dar o adeus da despedida

Vinha vindo da escola
Quando de longe avistei
O rancho que nós morava
Cheio de gente encontrei

Antes que alguém me dissesse
Eu logo imaginei
Que o caso era de morte
Da mãezinha que eu amei

Seguiu num carro de boi
Aquele preto caixão
Ao lado eu ia chorando
A triste separação

Ao chegar no campo santo
Foi maior a exclamação
Taparam com terra fria
Minha mãe do coração

Dali eu saí chorando
Por mãos de estranhos levado
Mas não levou nem dois meses
No mundo fui atirado

Com a morte da minha mãe
Fiquei desorientado
Com nove anos apenas
Por este mundo jogado

Passei fome, passei frio
Por este mundo perdido
Quando mamãe era viva
Me disse: filho querido

Pra não roubar, não matar
Não ferir, sem ser ferido
Descanse em paz, minha mãe
Eu cumprirei seu pedido

O que me resta na mente
Minha mãezinha é teu vulto
Recebas uma oração
Desse filho que é teu fruto

Que dentro do peito traz
O seu sentimento oculto
Desde nove anos tenho
O meu coração de luto.


Desculpa Mãe - Facção Central


Desculpa Mãe
Facção Central


Mãe...
Não dei valor pro teu sonho, sua luta.
Diploma na minha mão, sorriso, formatura.
Não fui seu orgulho. Diretor de empresa.
Virei ladrão com a faca que mata com frieza.
Não mereci sua lágrima no rosto.
Quando chorava vendo a panela sem almoço.
Vendo a laje cheia de goteira ou a fruta podre
que era obrigada a catar na feira.
Enquanto você juntava aposentadoria, esmola pra
não ter despesa.
Eu tava no bar, jogando bilhar, bebendo conhaque.
Bêbado eu era o ladrão de traca escopeta.
Com a mãe implorando comida, na porta da igreja.
Todo natal você sozinha, eu na balada.
Bancando vinho, farinha pras mina da quebrada.
Desculpa mãe pela dor de me ver fumando pedra, pela
glock na gaveta, pelo gambé pulando a janela.

Desculpa mãe...
Por te impedir de sorrir...
Desculpa mãe...
Por tantas noites em claro, triste sem dormir...
Desculpa mãe...
Pra te pedir perdão infelizmente é tarde...
É tarde...
Desculpa mãe...
Só restou a lágrima e a dor da saudade.

Quantas vezes no presídio, me visitou.
No domingo, bolachas, cigarro, nunca faltou.
Vinha de madrugada, sacola pesada.
Pra ser revistada pelos porcos na entrada.
Rebelião, você no portão.
Temendo minha morte.
Sendo pisoteada pelos cavalos do choque.
Eu prometi que dessa vez tomava jeito.
Tô regenerado. Ouvi seus conselho.
Uma semana depois, eu na cocaína.
Cala boca velha, sai da minha vida.
Eu vô chera, roba, seqüestra.
Não atravessa meu caminho se não vô te mata.
Sai pra enquadra o mercado da esquina.
Troquei com segurança, tomei um na barriga.
Polícia me perseguindo.
Eu quase pra morre, quando uma porta se
abriu pra eu me esconder.

Os gambé vigiando o pronto socorro.
Eu na cama delirando quase morto.
Ferimento ardendo, coçando, infeccionado.
A solução foi farmacêutico do bairro.
Que só veio por você com certeza.
A heroína que pediu esmola no busão com
a receita.
Deu comida na boca, comprou todos remédio.
Sonhou com o emprego.
Mas o diabo me quis descarregando o ferro.
Aí eu dei soco, chute, bati com tanto ódio.
Preciso fumá. Vai mãe, dá o relógio.
Velha, doente, desafiando a madrugada.
De porta em porta. Alguém viu me filho?
Eu tô preocupada.
Fim de semana foi farinha curtição.
Só cheguei hoje; de prêmio te encontrei
nesse caixão.
O vizinho ligou, que foi ataque cardíaco
Morreu na rua atrás da merda do seu filho.


Mamãe, Coragem - Caetano Veloso


Mamãe coragem
Caetano Veloso/Torquato Neto


Mamãe, mamãe, não chore
A vida é assim mesmo
Eu fui embora
Mamãe, mamãe, não chore
Eu nunca mais vou voltar por aí
Mamãe, mamãe, não chore
A vida é assim mesmo
Eu quero mesmo é isto aqui

Mamãe, mamãe, não chore
Pegue uns panos pra lavar
Leia um romance
Veja as contas do mercado

Pague as prestações
Ser mãe
É desdobrar fibra por fibra
Os corações dos filhos
Seja feliz
Seja feliz

Mamãe, mamãe, não chore
Eu quero, eu posso, eu quis, eu fiz
Mamãe, seja feliz
Mamãe, mamãe, não chore
Não chore nunca mais, não adianta
Eu tenho um beijo preso na garganta

Eu tenho um jeito de quem não se espanta
(Braço de ouro vale 10 milhões)
Eu tenho corações fora peito
Mamãe, não chore
Não tem jeito
Pegue uns panos pra lavar
Leia um romance
Leia "Alzira morta virgem"
"O grande industrial"

Eu por aqui vou indo muito bem
De vez em quando brinco Carnaval

E vou vivendo assim: felicidade
Na cidade que eu plantei pra mim
E que não tem mais fim
Não tem mais fim
Não tem mais fim


Mãe (Mãe Solteira) - Tom Zé clique no linque para ouvir

Mãe (Mãe Solteira)
Tom Zé/Elton Medeiros


Cada passo
Cada lágrima somada
Cada ponto do tricô
Seu silêncio de aranha
Vomitando paciência
Prá tecer o seu destino

Cada beijo irresponsável
Cada marca do ciúme
Cada noite de perdão
O futuro na esquina
E a clareza repentina
De estar na solidão

Os vizinhos e parentes
A sociedade atenta
A moral com suas lentes
Com desesperada calma
Sua dor calada e muda
Cada ânsia foi juntando

Preparando a armadilha
Teias, linhas e agulhas
Tudo contra a solidão
Prá poder trazer um filho
Cuja mãe são seus pavores
E o pai sua coragem

Dorme dorme
Meu pecado
Minha culpa
Minha salvação


Detentos do Rap - Amor só de Mãe



Amor só de Mãe
Detentos do Rap


Vai vendo,quando estou no veneno preciso de uma idéia não vejo ninguém.
Familiares,parceiros só pensam no que convém,não cai e ai ladrão sei muito bem quem foi por,mim só deus sabe o que eu
Passei meu amor é de mãe só...penso assim.
São vários os patifes que apertam minha mão me chamam de irmão,mas viram as costas quando a necessidade bate no meu portão eu sempre,corri pelo certo não sou Deus pra ser todo correto,não abaixo a cabeça pro meu desafeto,se é vem...pensamento é concreto.
Lamento se a inveja foi mais forte do que a sensatez.
Detentos agora e pra sempre...a bola da vez eu sim,vi, corri e fiz por onde o barato virar,dificuldades eu passei mas eu resisti as artilharias que por ...sinal cuzão foi fracas demais.
Eu acreditei,eu acredito que a moral não se ganha se faz, corre atrás pois não vou,dá asa...pro inimigo,viveu mas não viverás pra ficar no nosso ritmo.
Quem é sabe o que eu falo não quer ser,pois já é de fato não faz o barato de embalo,não vive e nem corre atrás de status
Parceiro só Deus nele é a única confiança e nela é o único amor é a fonte desde criança.
Não temo pois em algum lugar sei,que Deus ''tá'' olhando por mim,e você que abraçou o mundão que nada fez por ti.
Fim de ano ali dentro guardado,castelo é só champanhe... guarda pra você vagabundo...
O amor é só de mãe...
- alô!
- alô, filho? é a mãe, onde é que ''cê'' ta?
- oh mãe, to fazendo um corre com os parceiros que foi preso no assalto ali.
- assalto? e você como é que ''cê'' ta?
- to bem mãe...ai nóis foi fazer um corre com a mãe do parceiro ali,entendeu?
-Mais é o seguinte, caiu no esquecimento, mais ai, ta preso,
Mas não ta morto não...ta preso, mas não ta morto não,
Entendeu?
- ta bom filho, Deus te acompanhe.
Dominou sem visita, e o resto da grana a policia deu o bote, seus parceiros da cena veio por você entraram em choque.
Três anos se passou e a loira tingida trabalha no 12,que valor que isso tem agora já matou pela vaca e nos dias de hoje,seus filhos estão jogados,de aviãozinho na amargura,que que você quer pra ele,a mesma tabela ou a mesma loucura !?
Truta agora percebe as pessoas que você deu valor,enquanto aquela que merece,implorava pelo seu amor.
Do que adiantou as noitadas com as vagabundas que só queriam
Dinheiro,quantos mil reais na cena mas é só ela que ''ta'' sofrendo.
Bandido reflita na idéia,raciocina,porque o caminho é
constante,sem liberdade e sem aliado mas com amor que é de mãe.
- Na vida do crime eu me entreguei e pra sobreviver eu tive que matar...e lagrimas de mãe...fiz rolar.
- Saiba filho que eu te perdoei...e pra te ver feliz eu tive que chorar,só não quero lamentar...quero te ver voltar.
È foda saber que já maguo que mais te amava,por mais que respeitado no crime vagabundo,agora se sente um nada parceiro.
O Mundo da volta e é sempre ela que vai te ajudar,por mais que a gente fale de irmão,é só nela que dá pra confiar.
Compartilha a tristeza e alegria pois ninguém é tão fiel assim e eu sei o que ela pedi pra ela,é porque jamais vai querer pra ti,entende agora vagabundo,porque o amor é só de mãe?
Viva por ela de o valor naquela frase ''Deus te acompanhe'' Ai dentro quem manda seu jumbo,esta sempre presente em dia de visita,quem desmaiou e quase morreu de enfarte,com a noticia.
Desamparada chicote estralando,dentro da prisão e a tropa choque invadindo e só ela com o coração na mão,sabendo que quem não senta pra aprender jamais ficara de pé para ensinar e que o crime ele é o que é,mas ele jamais vai admitir as falhas.
Ela pede a Deus que sempre te ilumine e que te
acompanhe,o exemplo é pra você vagabundo e o amor é só de mãe.
- Não me lamentei quando até matei,vendo lagrimas de mãe que fiz rolar...
- Mas só eu sei,tudo o que eu passei,quando pra vida do
crime tive que voltar.

- Meu filho ? dia 15 de outubro de 93,lembro como se fosse ontem...
Favela cercada,minha casa invadida pensei até que era um assalto...Mas não,de repente eu vi o nome do meu filho sendo gritado,o policia invadiu minha casa,levou meu filho lá pra fora...Mataram ele,jogaram uma ''pá''de droga em cima,depois disso minha vida mudou completamente.
- Meu filho eu perdi em 92 no massacre do carandiru,não apresentaraum o documento,nem o corpo no IML.
Desde o dia do massacre.
- Meu filho? meu filho é um jovem...Jovem preso em uma cadeira de rodas,pro resto da vida.
Toda mãe sabe,tampa o sol com a peneira...E eu fui mais uma.



Angélica - Chico Buarque

Chico interpretando Angélica, canção composta para Zuzu Angel.

Angélica
Miltinho/Chico Buarque


Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar

Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento
Só queria lembrar o tormento
Que fez o meu filho suspirar

Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar

Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino
Queria cantar por meu menino
Que ele já não pode mais cantar

Um comentário:

Vanuza Pantaleão disse...

Vou falar, hein? Sem censura? Pois é, tá faltando aquela da Ângela Maria, de autoria do ultra-reacionário David Nasser (mas talentoso cronista):" O AVENTAL TODO SUJO DE OVO." Tudo bem, ninguém merece, mas faz parte da História desse país...fomos e somos assim, meu amigo! Abraços