Baixe o livro completo Histórias sem data, de Machado de Assis numa edição de 1884. A obra faz parte do acervo digitalizado da Biblioteca Nacional Digital, que disponibiliza gratuitamente mais de 740 mil itens históricos digitalizados em alta qualidade.
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terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Baixe livro de Machado de Assis, edição exclusiva de 1884
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quinta-feira, 22 de abril de 2010
Como Fazer uma Rádio Comunitária
UFRGS publica cartilha que ensina como fazer rádio comunitária
Fonte: RITS Rede de Informação do Terceiro SetorA Universidade Federal do Rio Grande do Sul [UFRGS], através da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação [Fabico] e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação [PPGCOM], está publicando a cartilha Para fazer Rádio Comunitária com "C" maiúsculo.
A obra é organizada por Ilza Girardi, professora do PPGCOM, e Rodrigo Jacobus, mestrando do programa, e dá sequência a um trabalho de seis anos que já havia publicado a “Cartilha (sem frescura) da Rádio Comunitária”.
A cartilha, que traz um histórico das rádios comunitárias, questões da legislação e fornece informações de como montar uma rádio, está sobre licença Creative Commons e pode ser distribuída gratuitamente sobre a mesma licença, que pode ser conferida na página quatro da obra.
Baixe seu exemplar e redistribua a cartilha, reforçando a importância de obras compartilhadas sem custo, priorizando o acesso livre à informação. A cartilha está disponível aqui para download [em PDF].
Notícia publicada originalmente no sítio da Abong.
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quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Milagre do Natal, Lima Barreto
Baixe completo Milagre do Natal, texto de Lima Barreto.
Milagre do Natal - baixar aqui (arquivo pdf)
Trecho
(...) Os senhores devem ter verificado que os pais sempre procuram casar as filhas na classe que pertencem: os negociantes com negociantes ou caixeiros; os militares com outros militares; os médicos com outros médicos e assim por diante. Não é de estranhar, portanto, que o chefe Campossolo quisesse casar sua filha com um funcionário público que fosse da sua repartição e até da sua própria seção.
Guaicuru era de Mato Grosso. Tinha um tipo acentuadamente índio. Malares salientes, face curta, mento largo e duro, bigodes de cerdas de javali, testa fugidia e as pernas um tanto arqueadas. Nomeado para a alfândega de Corumbá, transferira-se para a delegacia fiscal de Goiás. Aí, passou três ou quatro anos, formando-se, na respectiva faculdade de Direito, porque não há cidade do Brasil, capital ou não, em que não haja uma. Obtido o título, passou-se para a Casa da Moeda e, desta repartição, para o Tesouro. Nunca se esquecia de trazer o anel de rubi, à mostra. Era um rapaz forte, de ombros largos e direitos; ao contrário de Simplício que era franzino, peito pouco saliente, pálido, com uns doces e grandes olhos negros e de uma timidez de donzela. (...)
Fonte: DomínioPúblico
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terça-feira, 16 de setembro de 2008
Contos de Machado de Assis pra Baixar
Como já fora dito aqui no Música&Poesia, 2008 é o ano do centenário da morte de Machado de Assis. Sua valiosa e vasta obra é inteiramente de domínio público. Pois aqui vai uma série de contos deste gênio disponível para download.
A coletânea reúne os seguintes contos:
A Cartomante
Entre Santos
Uns Braços
Um Homem Célebre
A Desejada das Gentes
A Causa Secreta
Trio em Lá Menor
Adão e Eva
O Enfermeiro
O Diplomático
Mariana
Conto de Escola
Um Apólogo
D. Paula
Viver!
O Cônego ou Metafísica do Estilo

Fonte: DomínioPúblico
Confira também:
Livro de Machado de Assis completo pra Baixar
Biografia de Machado de Assis
Um Apólogo, conto de Machado de Assis
Conto Completo de Machado de Assis pra Baixar
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sábado, 6 de setembro de 2008
Livro de Machado de Assis completo pra Baixar
O ano de 2008 marca o centenário da morte de Machado de Assis, o maior escritor brasileiro de todos os tempos. Toda sua obra é de domínio público, e a internet é o meio adequado pra encontrar este vasto material. O melhor lugar pra baixar os livros de Machado de Assis ― além de possuir o maior acervo de arquivos de texto, áudio e vídeo que já não possuem limitações por conta de direitos autorais ― é o sítio Domínio Público. É de lá que o Música&Poesia dispõe agora o livro Memorial de Aires, escrito por Machado de Assis em 1908, mesmo ano de sua morte.

Memorial de Aires é o último romance escrito por Machado de Assis, publicado no mesmo ano de sua morte, 1908. Ele está organizado como uma série de entradas em um diário e, como Memórias Póstumas de Brás Cubas, não tem um enredo único, mas se compõe de vários episódios e anedotas que se interpermeiam.
Aires era um conselheiro que sempre acompanhou Machado em suas histórias, geralmente como um amigo dos personagens. Reportava à figura do próprio Machado. Nesta obra idolatra uma mulher D.Carmo que muitos dizem ser sua Carolina, talvez seja pela coincidência dos nomes Aguiar e Assis, e D. Carmo e Carolina.Talvez também pelo fato do casal não terem filhos. Dizem que essa obra é uma alto biografia. (fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.)
Baixe aqui Memorial de Aires completo
Trecho
9 de janeiro
Ora bem, faz hoje um ano que voltei definitivamente da Europa. O que me lembrou esta data foi, estando a beber café, o pregão de um vendedor de vassouras e espanadores: "Vai vassouras! vai espanadores!" Costumo ouvi-lo outras manhãs, mas desta vez trouxe-me à memória o dia do desembarque, quando cheguei aposentado à minha terra, ao meu Catete, à minha língua. Era o mesmo que ouvi há um ano, em 1887, e talvez fosse a mesma boca.
Retirado de:
Assis, Machado de. Memorial de Aires. (fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.)
Fonte Livro: DomínioPúblico
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segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Biografia de Machado de Assis
Confira uma breve biografia de Machado de Assis no livro virtual a seguir:
Biografia Machado de Assis
Instruções: Clique em Read Book, após, uma outra janela será aberta. Nesta nova página, clique na imagem do livro, com isso o livro virtual carregará. É necessário ter instalado o flash player.
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sábado, 19 de abril de 2008
O Guarani, de José de Alencar - Completo pra Baixar
Em homenagem àqueles que primeiro estavam nestas terras, aqui um clássico da literatura brasileira completo pra baixar. O Guarani (1857), de José de Alencar, livro de domínio público, na íntegra pra download.
O Guarani
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Guarani é uma obra de José de Alencar, publicada em 1857, que fez o escritor romântico atingir a fama. Foi e é um livro muito vendido, antecedido pela obra A Viuvinha do mesmo ano. É leitura obrigatória em muitos vestibulares brasileiros.
O advento da brasilidade
Escrito e publicado sob a forma de folhetins para o Diário do Rio de Janeiro entre 1º de janeiro e 20 de abril de 1857, o romance O Guarani obedece a um ritmo de trabalho frenético que marcou a escrita da obra, assim registrado pelo autor:
Aos 27 anos o escritor vê seu trabalho reconhecido pelo público. O seu primeiro romance de fôlego dá início ao projeto de fundação de uma literatura brasileira autônoma. A obra enuncia o advento da brasilidade, "encarnada na submissão do índio aos desígnios do colonizador europeu". Sobre a forma épica adotada no romance, o autor escreveu:
No primeiro momento, o romance aborda a descrição da civilização representada pelos domínios de D. Antônio de Mariz, fidalgo português que nos fins do século XVI, fiel ao projeto colonizador da coroa portuguesa - submetida naquele período ao domínio espanhol, instala uma fazenda às margens do rio Paquequer. O segundo período, marcado pelo ataque dos Aimorés lança por terra a esperança de uma sociedade portuguesa no solo brasileiro. Por fim, o momento do renascimento, a união de Ceci e Peri. O final é aberto, sugerindo a fusão de europeus e índios cristianizados e submissos como a fundação da nacionalidade brasileira.
Classificado geralmente em romance-histórico, tem 54 capítulos divididos em 4 partes: Os Aventureiros, Peri, Os Aimorés e A Catástrofe. Tem como personagens principais D. Antônio de Mariz, sua mulher D. Lauriana, seus filhos D. Diogo e D. Cecília (Ceci) e sua sobrinha D. Isabel(que na verdade é sua filha), Loredano, Aires Gomes, Alvaro de Sá e o índio Peri.
A obra se articula a partir de alguns fatos: a devoção e fidelidade de Peri, índio goicatá, a Cecília; o amor de Isabel por Álvaro, e o amor deste por Cecília; a morte acidental de uma índia aimoré por D. Diogo e a consequente revolta e ataque dos aimorés, tudo isso ocorrendo com uma rebelião dos homens de D. Antônio, liderados pelo ex-frei Loredano, homem ambicioso e mal-caráter, que deseja saquear a casa e raptar Cecília.
Alvaro, que já conhecia o amor de Isabel por ele e também já a amava, se machuca na batalha contra os aimorés. Isabel, vendo o corpo do amado tenta se matar asfixiada junto com o corpo de Alvaro, quando o vê vivo tenta salva-lo, porém ele não permite e morrem juntos.
Durante o ataque, D. Antônio, ao perceber que não havia mais condições de resistir, incumbe Peri à salvar Cecília, após tê-lo batizado como cristão. Os dois partem, com Ceci adormecida e Peri vê, ao longe, a casa explodir. A Cecília só resta Peri.
Durante dias Peri e Cecília rumam para destino desconhecido e são surpreendidos por uma forte tempestade, que se transforma em dilúvio. Abrigados no topo de uma palmeira, Cecília espera a morte chegar, mas Peri conta uma lenda indígena segundo qual Tamandaré e sua esposa se salvaram de um dilúvio abrigando-se na copa de uma palmeira despendida da terra e alimentando-se de seus frutos. Ao término da enchente, Tamandaré e sua esposa descem e povoam a Terra.
As águas sobem, Cecília se desespera. A lenda de Tamandaré parece que irá se repetir.
Foi republicado por várias editoras desde que se lançou o original, mas todas mantiveram a mesma versão. Atualmente a obra se encontra no domínio público.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre
Fonte Livro: DomínioPúblico
Fonte Livro Falado: BibliotecaVirtualdoEstudantedeLínguaPortuguesa
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quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Poemas Malditos completo pra Baixar
Livro Poemas Malditos, de Álvares de Azevedo, completo pra baixar.
Baixe Poemas Malditos aqui (arquivo pdf)
Byron
Fumando meu cigarro vaporoso,
Nas noites de verão namoro estrela;
Sou pobre, sou mendigo, e sou ditoso!
Ando roto, sem bolsos nem dinheiro;
Mas tenho na viola uma riqueza:
Canto à lua de noite serenatas,
E quem vive de amor não tem pobreza.
Não invejo ninguém, nem ouço a raiva
Nas cavernas do peito, sufocante,
Quando à noite na treva em mim se entornam
Os reflexos do baile fascinante.
Namoro e sou feliz nos meus amores;
Sou garboso e rapaz... Uma criada
Abrasada de amor por um soneto
Já um beijo me deu subindo a escada...
Oito dias lá vão que ando cismado
Na donzela que ali defronte mora.
Ela ao ver-me sorri tão docemente!
Desconfio que a moça me namora!..
Tenho por meu palácio as longas ruas;
Passeio a gosto e durmo sem temores;
Quando bebo, sou rei como um poeta,
E o vinho faz sonhar com os amores.
O degrau das igrejas é meu trono,
Minha pátria é o vento que respiro,
Minha mãe é a lua macilenta,
E a preguiça a mulher por quem suspiro.
Escrevo na parede as minhas rimas,
De painéis a carvão adorno a rua;
Como as aves do céu e as flores puras
Abro meu peito ao sol e durmo à lua.
Sinto-me um coração de lazzaroni;
Sou filho do calor, odeio o frio;
Não creio no diabo nem nos santos.
Rezo à Nossa Senhora, e sou vadio!
Ora, se por aí alguma bela
Bem doirada e amante da preguiça
Quiser a nívea mão unir à minha
Há de achar-me na Sé, domingo, à Missa.
Álvares de Azevedo
Biografia
Alvares de Azevedo (Manuel Antônio A. de A.), poeta, contista e ensaísta, nasceu em São Paulo em 12 de setembro de 1831, e faleceu o Rio de Janeiro, RJ, em 25 de abril de 1852. Patrono da Cadeira n. 2 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de Coelho Neto. Era filho do então estudante de Direito Inácio Manuel Álvares de Azevedo e de Maria Luísa Mota Azevedo, ambos de famílias ilustres. Segundo afirmação de seus biógrafos, teria nascido na sala da biblioteca da Faculdade de Direito de São Paulo; averiguou-se, porém, ter sido na casa do avô materno, Severo Mota. Em 1833, em companhia dos pais, mudou-se para o Rio de Janeiro e, em 40, ingressou no colégio Stoll, onde consta ter sido excelente aluno. Em 44, retornou a São Paulo em companhia de seu tio. Regressa, novamente ao Rio de Janeiro no ano seguinte, entrando para o internato do Colégio Pedro II.
Em 1848 matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, onde foi estudante aplicadíssimo e de cuja intensa vida literária participou ativamente, fundando, inclusive, a Revista Mensal da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano. Entre seus contemporâneos, encontravam-se José Bonifácio (o Moço), Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães estes dois últimos suas maiores amizades em São Paulo, com os quais constituiu uma república de estudantes na Chácara dos Ingleses. O meio literário paulistano, impregnado de afetação byroniana, teria favorecido em Álvares de Azevedo componentes de melancolia, sobretudo a previsão da morte, que parece tê-lo acompanhado como demônio familiar. Imitador da escola de Byron, Musset e Heine, tinha sempre à sua cabeceira os poemas desse trio de românticos por excelência, e ainda de Shakespeare, Dante e Goethe. Proferiu as orações fúnebres por ocasião dos enterros de dois companheiros de escola, cujas mortes teriam enchido de presságios o seu espírito. Era de pouca vitalidade e de compleição delicada; o desconforto das “repúblicas” e o esforço intelectual minaram-lhe a saúde. Nas férias de 1851-52 manifestou-se a tuberculose pulmonar, agravada por tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo, um mês antes. A dolorosa operação a que se submeteu não fez efeito. Faleceu às 17 horas do dia 25 de abril de 1852, domingo da Ressurreição. Como quem anunciasse a própria morte, no mês anterior escrevera a última poesia sob o título “Se eu morresse amanhã”, que foi lida, no dia do seu enterro, por Joaquim Manuel de Macedo. Entre 1848 e 1851, publicou alguns poemas, artigos e discursos. Depois da sua morte surgiram as Poesias (1853 e 1855), a cujas edições sucessivas se foram juntando outros escritos, alguns dos quais publicados antes em separado. As obras completas, como as conhecemos hoje, compreendem: Lira dos vinte anos; Poesias diversas, O poema do frade e O conde Lopo, poemas narrativos; Macário, “tentativa dramática”; A noite na taverna, contos fantásticos; a terceira parte do romance O livro de Fra Gondicário; os estudos críticos sobre Literatura e civilização em Portugal, Lucano, George Sand, Jacques Rolla, além de artigos, discursos e 69 cartas. Preparada para integrar As três liras, projeto de livro conjunto de Álvares de Azevedo, Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães, a Lira dos vinte anos é a única obra de Álvares de Azevedo cuja edição foi preparada pelo poeta. Vários poemas foram acrescentados depois da primeira edição (póstuma), à medida que iam sendo descobertos.
Fonte: FundaçãoBibliotecaNacional
Fonte Livro: AZEVEDO, Álvares de. Poemas malditos. 3.ed. Rio de Janeiro : Francisco Alves, 1988.
Texto proveniente de:A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro
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sexta-feira, 6 de julho de 2007
Livro Completo "A Tragicomédia Acadêmica"
por Yuri Vieira
A Tragicomédia Acadêmica é uma coletânea com 19 contos que satiriza todos os âmbitos da vida universitária. O livro foi publicado pela primeira vez em 1998, tendo recebido à época elogios de Millôr Fernandes, Bruno Tolentino, Hilda Hilst, J. Toledo, Sérgio Coutinho, Olavo de Carvalho, entre outros.
Títulos de alguns contos: "A vingança de Piupiu", "O culturaholic", "Paralíticos e desintegrados", "A volta dos que não foram", "Penteu, o pentelho", "Frida, uma singela homenagem a Paulo Coelho", "Memórias da Ilha do Capeta", etc.
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sexta-feira, 1 de junho de 2007
Livro Completo de Aluísio Azevedo
O Cortiço
É um marco do Naturalismo no Brasil, onde os personagens principais são os moradores de um cortiço no Rio de Janeiro, precursor das favelas, onde moram os excluídos, o lixo humano, os humildes, a ralé, todos aqueles que não se misturavam com a burguesia, e todos eles possuindo os seus problemas e vícios, decorrentes do meio em que vivem.
O autor descreve a sociedade brasileira da época, formada pelos portugueses, os burgueses, os negros e os mulatos, pessoas querendo mais e mais dinheiro e poder, pensando em si só, ao mesmo tempo em que presenciam a miséria, ou mesmo a simplicidade de outros.
Essa obra de Aluísio Azevedo tem dois elementos importantes: primeiro, o extensivo uso de zoomorfismo; e, segundo, cria um microcosmo (Que é o cortiço do título). O cortiço também é ostensivamente personificado no decorrer da obra, sendo muitas vezes tratado como um único personagem ("Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.", capítulo III).
Foi a primeira obra a expor um relacionamento lésbico.

O romance não se concentra em um personagem apenas, mas no início, a ação está mais ou menos centrada no português João Romão, ganancioso e avarento comerciante que consegue enganar uma escrava trabalhadeira chamada Bertoleza (Aluísio várias vezes menciona o conceito racista de que Bertoleza era submissiva e trabalhadeira por ser negra), conseguindo assim, uma empregada que trabalhava de graça. João Romão privava-se de todo o luxo, e só gastava dinheiro em coisas que faziam-no ganhar mais dinheiro. Foi assim que ele começou a comprar terreno e construiu o Cortiço.
Miranda, vizinho rico de Romão, e também português, que vivia no luxo, começa a questionar o modo que conseguiu a riqueza, (Se casou com uma mulher rica, e eles se odeiam mutuamente) e a invejar João Romão, enriquecendo por conta própria. João Romão, que continua enriquecendo, constrói uma pedreira, e contrata o português Jerônimo para supervisionar os trabalhadores.
O que se segue é a transformação de Jerônimo, de um português forte, trabalhador e honesto em um brasileiro malandro e preguiçoso, (Seguindo os preceitos naturalistas de que o meio determina o homem) graças à sua atração por Rita Baiana, uma mulata que morava no cortiço. Jerônimo briga com Firmo, namorado de Baiana, é esfaqueado e vai para o hospital. Quando sai, chama uns amigos e vai ao cortiço vizinho, o "Cabeça-de-Gato", onde mata Firmo a pauladas.
Enquanto isso, João Romão começa a invejar Miranda, que acaba de conseguir um título de nobreza. E, quando o cortiço é destruído por um incêndio, ele o reconstrói, mas desta vez, para a classe média, ao invés da ralé que morava lá antes. Depois, ele começa a comprar coisas caras e se interessa em se casar com a filha de Miranda, para se tornar nobre também. Mas há um problema: Bertoleza.
E João Romão arma um plano para se livrar dela. Ele avisa ao dono dela (Pois ele havia forjado a carta de alforria) de seu paradeiro, esperando que ele a pegasse de volta. Mas, quando o dono dela vem buscá-la, ela se mata, abrindo a barriga com a mesma faca com que cortava peixe.
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sexta-feira, 18 de maio de 2007
Livro Virtual de Sylvio Back Completo para Leitura
Livros em Bits
Existe um projeto muito bacana do site de literatura e arte Cronópios que se propõe a lançar livros virtuais, é o Cronópios Pocket Books. Os livros em bits concretizam de fato a proposta de serem virtuais. Para lê-los o internauta deve folha-los igual faria com uma obra real, no entanto, ao invés dos dedos usa-se o cursor.
O Música&Poesia apresenta o pocket book Kinopoems, de Sylvio Back. Cineasta, poeta e escritor Back é filho de imigrantes e nasceu em Santa Catarina. Autor de 36 filmes, entre eles dez longas-metragens, Sylvio Back tem 20 livros editados, entre poesias, ensaios e os roteiros de vários de seus filmes.
Leia aqui o livro virtual Kinopoems
Abaixo a apresentação que os editores do Projeto editorial Cronópios Pocket Books fazem do livro Kinopoems de Sylvio Back:
O cinema vai ao poema, "kinopoems". Ou como o autor profetiza no seu primeiro livro, "Moedas de Luz", "... o poema antevê o cinema". Agora, os versos se movem (movie) no éter e numa tela (screen) auto-invertida.
Neste delicado feixe de poemas-roteiro, que Cronópios Pocket Book tem a honra e o privilégio de dar passagem, Sylvio Back inaugura-se na virtualidade como se um móbile holográfico fora. Prestidigitação de câmara e fonemas em forma de páginas rigorosamente inconsúteis.
Daí a emergir uma invisibilidade luminosa ecoando vida, obra e morte de três poetas tão magníficos quanto imortais. Daí para os nossos efêmeros leitores, basta um piscar de olhos para que Bakun, Cruz e Souza e Leminski renasçam de imediato, holísticos.
Os editores
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sexta-feira, 27 de abril de 2007
Livro Completo de Lima Barreto
Baixe o livro completo de Lima Barreto, O Homem que Sabia Javanês e Outros Contos. Escritor e jornalista Afonso Henriques de Lima Barreto (Rio de Janeiro, 13 de Maio de 1881 - Rio de Janeiro, 1º de Novembro de 1922) foi simpatizante do anarquismo e militante da imprensa socialista. Mulato, vítima de racismo e com pai nascido escravo, Lima Barreto foi testemunha ocular da abolição da escravatura e ao lado do pai esperou, no Largo do Paço, na capital fluminense, pela assinatura da Lei Áurea. O escritor teve sua vida atribulada pelo alcoolismo e por internações psiquiátricas, vindo a falecer aos 41 anos de idade. Apesar das conseqüências desastrosas que a bebida lhe trouxe, levando-o a loucura, Lima Barreto acreditava que o álcool o ajudava a escrever melhor.
O Homem que Sabia Javanês e Outros Contos em PDF aqui
Arquivo alternativo (diagramação visualmente mais interessante para impressão, também em PDF)
Obra (Wikipédia - a enciclopédia livre)
Lima Barreto foi o crítico mais agudo da época da República Velha no Brasil, rompendo com o nacionalismo ufanista e pondo a nu a roupagem da República, que manteve os privilégios de famílias aristocráticas e dos militares.
Em sua obra, de temática social, privilegiou os pobres, os boêmios e os arruinados.
Foi severamente criticado pelos seus contemporâneos parnasianos por seu estilo despojado, fluente e coloquial, que acabou influenciando os escritores modernistas.
Lima Barreto queria que a sua literatura fosse militante. Escrever tinha finalidade de criticar o mundo circundante para despertar alternativas renovadoras dos costumes e de práticas que, na sociedade, privilegiavam pessoas e grupos. Para ele, o escritor tinha uma função social.

Acervo de Domínio Público
Ilustração Imagem Livro: Odilon Moraes
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quarta-feira, 11 de abril de 2007
Livro Noite na Taverna de Álvares de Azevedo Completo pra Download
… (...)Noite na Taverna
De publicação póstuma, esse livro é uma série de narrativas fantásticas, contadas por um grupo de amigos à roda de uma mesa de taverna. Mais do que pelos elementos romanescos e satânicos que a condimentam (violentação, corrupção, incesto, adultério, necrofilia, traição, antropofagia, assassinatos por vingança ou amor), a obra impõe-se pela estrutura: um narrador em terceira pessoa introduz o cenário, as personagens, a situação, e praticamente desaparece, dando lugar a outros narradores - as próprias personagens, que em primeira pessoa contam, uma a uma, episódios de suas vidas aventureiras.
Na última narrativa, a presença física (na roda dos moços) de personagens mencionadas em uma narrativa anterior faz com que todo o ambiente fantástico e irreal dos contos se legitime como verídico.
Noite na Taverna, escrita em tom bastante emotivo, antecipa em vários aspectos a narração da prosa moderna: a liberdade cênica, a dupla narração e suas confluências, a mistura do real ao fantástico conferem atualidade à obra, apesar de toda a atmosfera byroniana.
Fonte: VirtualBooks
Baixe aqui Noite na Taverna completo - arquivo em .pdf
TRECHO
Ele saiu, ela começou a despir-se. Eu vi uma por uma caírem as roupas brilhantes, as
flores e as jóias— desatarem-se-lhe as trancas luzidias e negras—e depois
aparecia no véu branco do roupão transparente como as estátuas de ninfas
meio-nuas, com as formas desenhadas pela túnica repassada da água do banho.
O que vi—foi o que sonhara e muito, o que vos todos, pobres insanos,
idealizastes um dia como a visão dos amores sobre o corpo da vendida! Eram os
seios alvos e velados de azul, trêmulos de desejo, a cabeça perdida entre a
chuva de cabelos negros—os lábios arquejantes —o corpo todo palpitante—era a
languidez do desalinho, quando o corpo da beleza mais se enche de beleza, e como
uma rosa que abre molhada de sereno, mais se expande, mais patenteia suas cores.
O narcótico era fortíssimo: uma sofreguidão febril lhe abria os beiços:
extenuada e lânguida, caída no leito, com as pálpebras pálidas, os braços soltos
e sem forca— parecia beijar uma sombra.
…………………………………………………………………………………………………………
Ergui-a do leito, carreguei-a com suas roupas diáfanas, suas formas cetinosas, os cabelos soltos
úmidos ainda de perfume, seus seios ainda quentes…
Corri com ela pelos corredores desertos, passei pelo pátio—a ultima porta estava cerrada: abri-a.
Na rua estava um carro de viagem: os cavalos nitriam e escumavam de
impaciência. Entrei com ela dentro do carro. Partimos.
Era tempo. Uma hora depois amanhecia.
Fonte: DomínioPúblico
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segunda-feira, 2 de abril de 2007
Livro Completo de Fernando Pessoa pra Baixar
Trecho
10.
"Tudo me interessa e nada me prende. Atendo a tudo sonhando sempre; fixo os mínimos gestos faciais de com quem falo, recolho as entoações milimétricas dos seus dizeres expressos; mas ao ouvi-lo, não o escuto, estou pensando noutra coisa, e o que menos colhi da conversa foi a noção do que nela se disse, da minha parte ou da parte de com quem falei. Assim, muitas vezes, repito a alguém o que já lhe repeti, pergunto-lhe de novo aquilo a que ele já me respondeu; mas posso descrever, em quatro palavras fotográficas, o semblante muscular com que ele disse o que me não lembra, ou a inclinação de ouvir com os olhos com que recebeu a narrativa que me não recordava ter-lhe feito. Sou dois, e ambos têm a distância - irmãos siameses que não estão pegados."Fonte: DomínioPúblico
A instância da ficção que se desenvolve no livro é insignificante, porque trata-se de uma "autobiografia sem factos", como o próprio Fernando Pessoa situa o livro. Dessa forma, o que interessa na prosa fragmentária que Bernardo Soares desenvolve é a dramaticidade das reflexões humanas que vêm à tona na insistência de uma escrita que se reconhece inviável, inútil e imperfeita, à beira do tédio, do trágico e da indiferença estética. Por essa razão, diversos fragmentos do livro são investigações íntimas das sensações provocadas pelo anonimato, pela cotidianeidade da vida comum e todo o "universo" da baixa de Lisboa.
O fato de Fernando Pessoa considerar (em cartas e anotaçoes pessoais) Bernardo Soares um semi-heterônimo faz pensar na maior proximidade de temperamento entre Pessoa e Soares. A crítica especializada tem procurado demonstrar que é exatamente esse jogo de máscaras operado por Bernardo Soares, entre a heteronimia e a semi-heteronimia, o que permite pensar como ainda mais relativo o estatuto de ortônimo que Fernando Pessoa confere a si mesmo quando escreve em nome de sua própria personalidade literária. Nesse sentido, para alguns, o jogo heteronímico ganha em complexidade e Pessoa logra o êxito da construção de si mesmo como o mais instigante mito literário português na Modernidade.
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quarta-feira, 21 de março de 2007
Leia Nota Crítica feita de próprio punho por Drummond à obra de Augusto dos Anjos
Esta crítica literária faz parte do acervo digital da Biblioteca Nacional Digital, uma das seções da página da Fundação Biblioteca Nacional, que abriga nove milhões de itens, muitos dos quais podem ser baixados gratuitamente em PDF. Entre os itens para download encontram-se livros, mapas, atlas, partituras, entre outros.
Baixe a nota crítica de Drummond aqui
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quinta-feira, 1 de março de 2007
Baixe Livro Completo - Florbela Espanca
Livro da poetisa portuguesa Florbela Espanca completo pra Download
Livro de Mágoas (1919)
ESTE LIVRO ...
Este livro é de mágoas. Desgraçados
Que no mundo passais, chorai ao lê-lo!
Somente a vossa dor de Torturados
Pode, talvez, senti-lo ... e compreendê-lo.
Este livro é para vós. Abençoados
Os que o sentirem , sem ser bom nem belo!
Bíblia de tristes ... Ó Desventurados,
Que a vossa imensa dor se acalme ao vê-lo!
Livro de Mágoas ... Dores ... Ansiedades!
Livro de Sombras ... Névoas e Saudades!
Vai pelo mundo ... (Trouxe-o no meu seio ...)
Irmãos na Dor, os olhos rasos de água,
Chorai comigo a minha imensa mágoa,
Lendo o meu livro só de mágoas cheio! ...
ESPANCA, Florbela. Sonetos. Amadora, Portugal : Bertrand, 1978.
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Fonte: DomínioPúblico
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Música e Poesia BR
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sábado, 10 de fevereiro de 2007
Augusto dos Anjos
Baixe ou leia o livro completo Eu e Outras Poesias, de Augusto dos Anjos, o poeta da podridão.
Eu e Outras Poesia - arquivo em PDF
ANJOS, Augusto dos. Eu e outras poesias. 42. ed. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 1998.
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Eu e Outras Poesias Augusto dos Anjos MONÓLOGO DE UMA SOMBRA “Sou uma Sombra! Venho de outras eras, A simbiose das coisas me equilibra. Pairando acima dos mundanos tetos, Na existência social, possuo uma arma Como um pouco de saliva quotidiana Tal qual quem para o próprio túmulo olha, Aí vem sujo, a coçar chagas plebéias, Quis compreender, quebrando estéreis normas, E hão de achá-lo, amanhã, bestas agrestes, Tal a finalidade dos estames! Será calor, causa ubíqua de gozo, E o que ele foi: clavículas, abdômen, A desarrumação dos intestinos É uma trágica festa emocionante! E foi então para isto que esse doudo Estoutro agora é o sátiro peralta Brancas bacantes bêbadas o beijam. No horror de sua anômala nevrose, Sôfrego, o monstro as vítimas aguarda. Mas muitas vezes, quando a noite avança, Cresce-lhe a intracefálica tortura, É o despertar de um povo subterrâneo! As alucinações tácteis pululam. Míngua-se o combustível da lanterna Ah! Dentro de toda a alma existe a prova Provo desta maneira ao mundo odiento Continua o martírio das criaturas: Disse isto a Sombra. E, ouvindo estes vocábulos, Era a elegia panteísta do Universo, E o turbilhão de tais fonemas acres AGONIA DE UM FILÓSOFO Consulto o Phtah-Hotep. Leio o obsoleto Assisto agora à morte de um inseto!... No hierático areópago heterogêneo Rasgo dos mundos o velário espesso; O MORCEGO Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. “Vou mandar levantar outra parede...” Pego de um pau. Esforços faço. Chego A Consciência Humana é este morcego! PSICOLOGIA DE UM VENCIDO Eu, filho do carbono e do amoníaco, Produndissimamente hipocondríaco, Já o verme -- este operário das ruínas -- Anda a espreitar meus olhos para roê-los, A IDÉIA De onde ela vem?! De que matéria bruta Vem da psicogenética e alta luta Vem do encéfalo absconso que a constringe, Quebra a força centrípeta que a amarra, O LÁZARO DA PÁTRIA Filho podre de antigos Goitacases, Todos os cinocéfalos vorazes Mostra aos montes e aos rígidos rochedos Riem as meretrizes no Cassino, IDEALIZAÇÃO DA HUMANIDADE FUTURA Rugia nos meus centros cerebrais Não sei que livro, em letras garrafais, Como quem esmigalha protozoários E, em vez de achar a luz que os Céus inflama, SONETO Ao meu primeiro filho nascido Agregado infeliz de sangue e cal, Que poder embriológico fatal Porção de minha plásmica substância, Ah! Possas tu dormir, feto esquecido, VERSOS A UM CÃO Que força pôde adstrita e embriões informes, Esta obnóxia inconsciência, em que tu dormes, Cão! -- Alma do inferior rapsodo errante! E irás assim, pelos séculos adiante, O DEUS-VERME Fator universal do transformismo. Jamais emprega o acérrimo exorcismo Almoça a podridão das drupas agras, Ah! Para ele é que a carne podre fica, DEBAIXO DO TAMARINDO No tempo de meu Pai, sob estes galhos, Hoje, esta árvore, de amplos agasalhos, Quando pararem todos os relógios Voltando à pátria da homogeneidade, AS CISMAS DO DESTINO I Recife, Ponte Buarque de Macedo. Na austera abóbada alta o fósforo alvo Lembro-me bem. A ponte era comprida, A noite fecundava o ovo dos vícios Tal uma horda feroz de cães famintos, Era como se, na alma da cidade, E aprofundando o raciocínio obscuro, Livres de microscópios e escalpelos, Mas, a irritar-me os globos oculares, Mostravam-me o apriorismo incognoscível A corrente atmosférica mais forte Ninguém compreendia o meu soluço, A vingança dos mundos astronômicos Ah! Com certeza, Deus me castigava! Mas o vento cessara por instantes É bem possível que eu umdia cegue. Essa obsessão cromática me abate. Quisera qualquer coisa provisória Na ascensão barométrica da calma, E o cuspo que essa hereditária tosse Não! Não era o meu cuspo, com certeza Era antes uma tosse ubíqua, estranha, E a saliva daqueles infelizes Na alta alucinação de minhas cismas Chegou-me o estado máximo da mágoa! Cuspo, cujas caudais meus beiços regam, Escarrar de um abismo noutro abismo, Porque, se no orbe oval que os meus pés tocam II Foi no horror dessa noite tão funérea Os esqueletos desarticulados, Todas as divindades malfazejas, Nessa hora de monólogos sublimes, Perpetravam-se os atos mais funestos, Ninguém, de certo, estava ali, a espiar-me, Em tudo, então, meus olhos distinguiram Ser cachorro! Ganir incompreendidos Despir a putrescível forma tosca, A alma dos animais! Pego-a, distingo-a, Surpreendo-a em quatrilhões de corpos vivos, Tempo viria, em que, daquele horrendo Nessa época que os sábios não ensinam, Almas pigméias! Deus subjuga-as, cinge-as Era a revolta trágica dos tipos Todos os personagens da tragédia, A planta que a canícula ígnea torra, Os protistas e o obscuro acervo rijo E apesar de já não ser assim tão tarde, Mas, refletindo, a sós, sobre o meu caso A hipótese genial do microzima Nas agonias do delirium-tremens , Enterravam as mãos dentro das goelas, Iam depois dormir nos lupanares Fabricavam destarte os bastodermas, Prostituição ou outro qualquer nome, Por que há de haver aqui tantos enterros? Quantas moças que o túmulo reclama! Morte, ponto final da última cena, Diante de ti, nas catedrais mais ricas, E eu desejava ter, numa ânsia rara, Era um sonho ladrão de submergir-me Nisto, pior que o remorso do assassino, III “Homem! por mais que a Idéia deintegres, Em vão, com a bronca enxada árdega, sondas Negro e sem fim é esse em que te mergulhas Porque, para que a Dor perscrutes, fora A universal complexidade é que Ela Ah! Como o ar imortal a Dor não finda! Como o machucamento das insônias A diáfana água alvíssima e a hórrida áscua As rebeladas cóleras que rugem O orbe feraz que bastos jojos acres Os sanguinolentíssimos chicotes O Amor e a Fome, a fera ultriz que o fojo As pálpebras inchadas na vigília, O trem particular que um corpo arrasta A água arbitrária que hiulcos caules grossos As projeções flamívomas que ofuscam, O antagonismo de Tífon e Osíris, Os terremotos que, abalando os solos, O instinto de procriar, a ânsia legítima As diferenciações que o psicoplasma E, (conquanto contra isto ódios regougues) Tudo isto que o terráqueo abismo encerra Por descobrir tudo isso, embalde cansas! Poeta, feito malsão, criado com os sucos Última das criaturasinferiores O áspero mal que a tudo, em torno, trazes, Ah! Por mais que, com o espírito, trabalhes O Espaço -- esta abstração spencereana As radiantes elipses que as estrelas Em vão, com a mão corrupta, outro éter pedes A fadiga feroz que te esbordoa Nem terás no trabalho que tiveste Quando chegar depois a hora tranqüila, Um dia comparado com um milênio Adeus! Fica-te aí, com o abdômen largo IV Calou-se a voz. A noite era funesta. Maldizia, com apóstrofes veementes, Minha imaginação atormentada Secara a clorofila das lavouras. O mundo resignava-se invertido O Estado, a Associação, os Municípios Eu queria correr, ir para o inferno, Mas a Terra negava-me o equilíbrio... BUDISMO MODERNO Tome, Dr., esta tesoura, e...corte Ah! Um urubu pousou na minha sorte! Dissolva-se, portanto, minha vida Mas o agregado abstrato das saudades SONHO DE UM MONISTA Eu e o esqueleto esquálido de Esquilo A verdade espantosa do Protilo E eu bendizia, com o esqueleto ao lado, Como um pagão no altar de Proserpina, SOLITÁRIO Como um fantasma que se refugia Fazia frio e o frio que fazia Mas tu não vieste ver minha Desgraça! Levando apenas na tumba carcaça MATER ORIGINALIS Forma vermicular desconhecida O hierofante que leu a minha sina Nenhuma ignota união ou nenhum sexo Ah! De ti foi que, autônoma e sem normas, O LUPANAR Ah! Por que monstruosíssimo motivo Este lugar, moços do mundo, vede: É o afrodístico leito do hetairismo Quando a promiscuidade aterradora IDEALISMO Falas de amor, e eu ouço tudo e calo! O amor! Quando virei por fim a amá-lo?! Pois é mister que, para o amor sagrado, E haja só amizade verdadeira ÚLTIMO CREDO Como ama o homem adúltero o adultério É o transcendentalíssimo mistério! Creio, como o filósofo mais crente, Creio, perante a evolução imensa, O CAIXÃO FANTÁSTICO Célere ia o caixão, e, nele, inclusas, Nesse caixão iam, talvez as Musas, A energia monística do Mundo, Era tarde! Fazia muito frio. SOLILÓQUIO DE UM VISIONÁRIO Para desvirginar o labirinto A digestão desse manjar funéreo Vestido de hidrogênio incandescente, subi talvez às máximas alturas, A UM CARNEIRO MORTO Misericordiosíssimo carneiro Maldito seja o mercador vadio Quando a faca rangeu no teu pescoço, Oh! tu que no Perdão eu simbolizo, VOZES DA MORTE Agora sim! Vamos morrer, reunidos, Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos! Não morrerão, porém, tuas sementes! Na multiplicidade dos teus ramos, INSÂNIA DE UM SIMPLES Em cismas patológicas insanas, Ser semelhante aos zoófitos e às lianas, E enquanto arremedando Éolo iracundo, Apraz-me, adstrito ao triângulo mesquinho OS DOENTES I Como uma cascavel que se enroscava, Mordia-me a obsessão má de que havia, Tentava compreender com as conceptivas E via em mim, coberto de desgraças, II Minha angústia feroz não tinha nome. Convulso, o vento entoava um pseudosalmo. Caíam sobre os meus centros nervosos, Pensava! E em que eu pensava, não perguntes! Bruto, de errante rio, alto e hórrido, o urro Gordo adubo de agreste urtiga brava, A manga, a ameixa, a amêndoa, a abóbora, o álamo Nos de teu curso desobstruídos trilhos, Ah! Somente eu compreendo, satisfeito, O vento continuava sem cansaço Meu ser estacionava, olhando os campos III Dormia embaixo, com a promíscua véstia Feriam-me o nervo óptico e a retina Da degenerescência étnica do Ária OH! desespero das pessoas tísicas, Estas, por mais que os cardos grandes rocem Descender dos macacos catarríneos, Sentir, adstritos ao quimiotropismo Falar somente uma linguagem rouca. Expulsar, aos bocados, a existência Querer dizer a angústia de que é pábulo Não haver terapêutica que arranque E o ar fugindo e a Morte a arca da tumba Mas vos não lamenteis, magras mulheres, Antes levardes ainda uma quimera Porque a morte, resfriando-vos o rosto, IV Começara a chover. Pelas algentes Do fundo do meu trágico destino, Aquele ruído obscuro de gagueira Aturdia-me a tétrica miragem A civilização entrou na taba E o índio, por fim, adstrito à étnica escória, Como quem analisa uma apostema, Ah! Tudo, como um lúgubre ciclone, E sentia-se pior que um vagabundo A hereditariedade dessa pecha Veio-lhe então como à fêmea vêm antojos. Mas, diante a xantocróide raça loura, Em vez da prisca tribo e indiana tropa V Era a hora em que arrastados pelos ventos, As mães sem coração rogavam pragas Diabólica dinâmica daninha Perfurava-me o peito a áspera pua Hereditariedades politípicas Todos os vocativos dos blasfemos, Como que havia na ânsia de conforto Naquela angústia absurda e tragicômica E, como um homem doido que se enforca, Vinha, às vezes, porém, o anelo instável Anelava ficar um dia, em suma, Era (nem sei em síntese o que diga) Com o horror tradicional da raiva corsa A pragmática má de humanos usos Não me incomoda esse último abandono A vida vem do éter que se condensa Eu voltarei, cansado, da árdua liça Quando eu for misturar-me com as violetas VI À álgida agulha, agora, alva, a saraiva Mas, para além, entre oscilantes chamas, Uma, ignóbil, derreada de cansaço, E ensangüentava os dedos da mão nívea De certo, a perversão de que era presa Entanto, virgem fostes, e, quando o éreis, Ah! Certamente não havia ainda Talvez tivésseis fome, e as mãos, embalde, E estais velha! -- De vós o mundo é farto, prometem-vos (quem sabe?!) entre os ciprestes VII Quase todos os lutos conjugados, Dentro da noite funda um braço humano Atabalhoadamente pelos becos, Cismava no propósito funéreo E esfregando as mãos magras, eu, inquieto, Regougando, porém, argots e aljâmias, A estática fatal das paixões cegas, E a ébria turba que escaras sujas masca, O ar ambiente cheirava a ácido acético, Saliências polimórficas vermelhas, O fácies do morfético assombrava! Era todo o meu sonho, assim inchado, VIII Em torno a mim, nesta hora, estriges voam, Quanta gente, roubada à humana coorte E nua, após baixar ao caos budista, Que resta das cabeças que pensaram?! Os evolucionistas benfeitores Os defuntos então me ofereciam É possível que o estômago se afoite Com uma ilimitadíssima tristeza, E hirto, a camisa suada, a alma aos arrancos, Pisando, como quem salta, entre fardos, Eu maldizia o deus de mãos nefandas Na evolução de minha dor grotesca, Manhã. E eis-me a absorver a luz de fora, Nunca mais as goteiras cairiam Do meu cérebro à absconsa tábua rasa Era a volúpia fúnebre que os ossos IX O inventário do que eu já tinha sido O gênio procriador da espécie eterna E arrancara milhares de existências No céu calamitoso de vingança A ruína vinha horrenda e deletéria Contra a Arte, oh! Morte, em vão teu ódio exerces! A doença era geral, tudo a extenuar-se O prodromos de um tétano medonho Entre as formas decrépitas do povo, O letargo larvário da cidade E eu, com os pés atolados no Nirvana, ASA DE CORVO Asa de corvos carniceiros, asa Perseguido por todos os reveses, É com essa asa que eu faço este soneto É ainda com essa asa extraordinária UMA NOITE NO CAIRO Noite no Egito. O céu claro e produndo Os mastins negros vão ladrando à lua... O Egito é sempre assim quando anoitece! Como um contraste àqueles mesereres, Tonto do vinho, um saltimbanco da Ásia, Em derredor duma ampla mesa preta Resplandece a celeste superfície. Vaga no espaço um silfo solitário. O MARTÍRIO DO ARTISTA Arte ingrata! E conquanto, em desalento, Tarda-lhe a Idéia! A inspiração lhe tarda! Tenta chorar e os olhos sente enxutos!... Febre de em vão falar, com os dedos brutos DUAS ESTROFES (À memória de João de Deus) Ahi! ciechi! il tanto affaticar che giova? A queda do teu lírico arrabil A água quieta do Tejo te abençoa. “Olha agora, mamífero inferior, “Ah! Jamais saberás ser superior, “Rasgue a água hórrida a nau árdega e singre-me!” E Augusto, o Hércules, o Homem, aos soluços, DECADÊNCIA Iguais às linhas perpendiculares A frialdade dos círculos polares, Como quem quebra o objeto mais querido Ele hoje vê que, após tudo perdido, RICORDANZA DELLA MIA GIOVENTÚ A minha ama-de-leite Guilhermina Minha ama, então, hipócrita, afetava Vejo, entretanto, agora, em minha cama, Furtaste a moeda só, mas eu, minha ama, A UM MASCARADO Rasga essa máscara ótima de seda Sem que te arranquem da garganta queda A sucessão de hebdômadas medonhas E tu mesmo, após a árdua e atra refrega, VOZES DE UM TÚMULO Morri! E a Terra -- a mãe comum -- o brilho Por que para este cemitério vim?! No ardor do sonho que o fronema exalta A pirâmide real do meu orgulho, CONTRASTES A antítese do novo e do obsoleto, O ângulo obtuso, pois, e o ângulo reto, Eu sei tudo isto mais do que o Eclesiastes! Às alegrias juntam-se as tristezas, GEMIDOS DE ARTE I Esta desilusão que me acabrunha Tenho estremecimentos indecisos Em giro e em redemoinho em mim caminham Os pães -- filhos legítimos dos trigos -- Ah! Por que desgraçada contingência Por que Jeová, maior do que Laplace, Pois minha Mãe tão cheia assim daqueles Quisera antes, mordendo glabros talos, Mas a carne é que é humana! A alma é divina. Ser homem! escapar de ser aborto! E por trezentos e sessenta dias Barulho de mandíbulas e abdômens! Soberano desejo! Soberana Uma região sem nódoas e sem lixos, Outras constelações e outros espaços II O sol agora é de um fulgor compacto, Reúnam-se em rebelião ardente e acesa O sol de cima espiando a flora moça Avisto o vulto das sombrias granjas Ladra furiosa a tribo dos podengos. Um pássaro alvo artífice da teia Em grandes semicírculos aduncos, Os ventos vagabundos batem, bolem A câmara nupcial de cada ovário Eu, depois de morrer, depois de tanta III Pelo acidentalíssimo caminho Uma atmosfera má de incômoda hulha Não sei que subterrânea e atra voz rouca, Todas as tardes a esta casa venho. Nos outros tempos e nas outras eras, Na bruta dispersão de vítreos cacos, O cupim negro broca o âmago fino O lodo obscuro trepa-se nas portas. Fico a pensar no Espírito disperso E assim pensando, com a cabeça em brasas Gosto do sol ignívomo e iracundo Essa alegria imaterializada, Não são os cinco mil milhões de francos Seja este sol meu último consolo; Tudo enfim a mesma órbita percorre Súbito, arrebentando a horrenda calma, Sol brasileiro! queima-me os destroços! VERSOS DE AMOR A um poeta erótico Parece muito doce aquela cana. Quis saber que era o amor, por experiência, Certo, este o amor não é que, em ânsias, amo Oposto ideal ao meu ideal conservas. Porque o amor, tal como eu o estou amando, É a transubstanciação de instintos rudes, Para reproduzir tal sentimento Mas de tal arte e espécie tal fazê-lo Para que, enfim, chegando à última calma SONETOS I A meu pai doente Para onde fores, Pai, para onde fores, Que coisa triste! O campo tão sem flores, Magoaram-te, meu Pai?! Que mão sombria, -- Seria a mão de Deus?! Mas Deus enfim II A meu pai morto Madrugada de Treze de Janeiro, E eu nem lhe ouvi o alento derradeiro! E saí para ver a Natureza! Mas pareceu-me, entre as estrelas flóreas, III Podre meu Pai! A morte o olhar lhe vidra. Duras leis as que os homens e a hórrida hidra Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos Amo meu Pai na atômica desordem DEPOIS DA ORGIA O prazer que na orgia a hetaíra goza Troveja! E anelo ter, sôfrega e ansiosa, Apraz-me, enfim, despindo a última alfaia Semelhante a um cachorro de atalaia A ÁRVORE DA SERRA -- As árvores, meu filho, não têm alma! -- Meu pai, por que sua ira não se acalma?! -- Disse -- e ajoelhou-se, numa rogativa: Caiu aos golpes do machado bronco, VENCIDO No auge de atordoadora e ávida sanha Acometido de uma febre estranha Desceu depois à gleba mais bastarda, E ao vir-lhe o cuspo diário à boca fria O CORRUPIÃO Escaveirado corrupião idiota, Mas a ânsia de alto voar, de à antiga rota A gaiola aboliu tua vontade. Continua a comer teu milho alpiste. NOITE DE UM VISIONÁRIO Número cento e três. Rua Direita. -- “Que esta alucinação tátil não cresça!” É a potencialidade que me eleva Depois de dezesseis anos de estudo Mas a aguadilha pútrida o ombro inerme Arimânico gênio destrutivo E eu sí a tremer com a língua grossa Perante o inexorável céu aceso A essa hora, nas telúrias reservas, E não haver quem, íntegra, lhe entregue, Bolia nos obscuros labirintos As vegetalidades subalternas E no estrume fresquíssimo da gleba E todas essas formas que Deus lança A cidade exalava um podre béfio: O motor teleológico da Vida A química feroz do cemitério Dedos denunciadores escreviam Um necrófilo mau forçava as lousas ALUCINAÇÃO À BEIRA-MAR Um medo de morrer meus pés esfriava. Eu, ególatra céptico, cismava Mas a alga usufrutuária dos oceanos No eterno horror das convulsões marítimas VANDALISMO Meu coração tem catedrais imensas, Na ogiva fúlgida e nas colunatas Com os velhos Templários medievais E erguendo os gládios e brandindo as hastas, VERSOS ÍNTIMOS Vês! Ninguém assistiu ao formidável Acostuma-te à lama que te espera! Toma um fósforo. Acende teu cigarro! Se a alguém causa inda pena a tua chaga, VENCEDOR Toma as espadas rútilas, guerreiro, Não podes?! Chama então presto o primeiro Meu coração triunfava nas arenas. Vieram todos, por fim; ao todo, uns cem... A ILHA DE CIPANGO Estou sozinho! A estrada se desdobra A agonia do sol vai ter começo! tenho alucinações de toda a sorte... Os olhos volvo para o céu divino Soa o rumor fatídico dos ventos, Mas de repente, num enleio doce, Foi nessa ilha encantada de Cipango, Lembro-me bem. Nesse maldito dia Gozei numa hora séculos de afagos, Desde então para cá fiquei sombrioi! Invoco os Deuses salvadores do erro. E a treva ocupa toda a estrada longa... MATER Como a crisálida emergindo do ovo E puseste-lhe, haurindo amplo deleite, Com que avidez ele essa fonte suga! Pois, quanto a mim, sem pretensões, comparo, Mas o ramo fragílimo e venusto Clara, a atmosfera se encherá de aromas, Quando chegar depois tua velhice POEMA NEGRO A Santos Neto Para iludir minha desgraça, estudo. A passagem dos séculos me assombra. Em vão com o grito do meu peito impreco! É a Morte -- esta carnívora assanhada -- Nesta sombria análise das cousas, Surpreendo-me, sozinho, numa cova. E quando vi que aquilo vinha vindo Chegou a tua vez, oh! Natureza! Tu não és minha mãe, velha nefasta! Semeadora terrível de defuntod, Pois bem! Chegou minha hora de vingança. Súbito outra visão negra me espanta! Como as estalactites da caverna, Não há ninguém na estrada da Ripetta. A desagregação da minha Idéia Não! Jesus não morreu! Vive na serra Na agonia de tantos pesadelos Dorme a casa. O céu dorme. A árvore dorme FIM |
Fonte Texto Integral: Biblioteca Virtual do Estudante de Língua Portuguesa
Fonte Arquivo PDF: Fundação Biblioteca Nacional
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