quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Músico do Mombojó Lança Disco Solo

Marcelo Campello estréia solo e instrumental
por Dafne Sampaio

Você pode não estar associando o nome à pessoa, mas Marcelo Campello é aquele garoto magro, ali de canto, que toca violão, cavaquinho e outros mil instrumentos no grupo pernambucano Mombojó. Pois então, o músico, do alto de seus 24 anos, acaba de estrear solo (solo mesmo!) em Projeções e mais duas séries para violão de sete cordas (independente, 2007), um disco totalmente instrumental e muito distante da sonoridade roqueira e psicodélica do grupo que pertence (e isso porque não estamos falando da Del Rey, projeto paralelo dos mombojós com músicas do Rei Roberto).

“Sempre compus para violão desde que comecei a tocar. Gravei a partir do momento em que considero ter atingido uma forma de expressão individual. Foi quando compus o “Sonho I” em 2002. Em abril de 2004 sofri um grave acidente de carro que mexeu comigo no sentido de não adiar mais as coisas, então quando me recuperei acabei registrando toda minha produção para [violão de] 7 cordas até 2006. São as 35 faixas, divididas em três séries, deste disco”, explicou Campello em conversa por email. Além de “Sonhos” (em 13 partes), o disco traz ainda as séries “Projeções” (em 12) e “Soturnos” (em 10), todas imersas em um desejo muito pessoal de unir o popular e o erudito, a beleza e a surpresa. “É difícil citar o que influenciou Projeções porque absorvo através dos sentidos o mundo à minha volta e acabo traduzindo em música de uma forma meio sinestésica”, disse.

Em termos de música o mundo de Campello é composto por figuras como John Coltrane, Garoto, Kraftwerk, Dino 7 Cordas, Baden Powell, Canhoto da Paraíba, Poly, Grandmaster Flash, Rogério Duprat, Horace Andy, Ligeti e Schoenberg. “A lista é enorme e não pára de crescer”, diverte-se fazendo desse balaio um jeito muito natural de ouvir música. Projeções é resultado destas muitas audições acrescidas de uma tocante intimidade (com o instrumento, com os ouvintes, etc). Em um blog, Campello afirmou que “o maior elogio que vocês podem fazer ao meu disco é caírem no sono antes da quinta faixa”. Pergunto se confere. “Hahaha. Confere! São composições extremamente introspectivas, quase hipnóticas, por isso acabam induzindo o sono quando focadas. Sinto-me lisonjeado se coloco alguém pra dormir. É como me comunicar numa esfera abissal, na solidão do sono”, e dá para notar que o sujeito continua se divertindo.

Enquanto segue numa ponte-aérea entre Recife e São Paulo, com escalas Brasil afora via Mombojó e os shows do segundo disco do grupo (Homem-espuma), Marcelo Campello tem apenas uma certeza: “Estou sempre instigado, aprendendo. Este disco é um dos lados de um prisma. É importante procurar se enxergar também por outros ângulos para identificar comportamentos, conceitos, etc, se aperfeiçoar. Estagnação é morte”. E Projeções é só o começo.

Ouça algumas faixas do disco na página de Campello no MySpace


Fonte: Gafieiras

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

CD Completo de Rock Independente pra Download

CD Casa da Árvore completo (.torrent)
por daniel valentim

Dez bandas. Todas independentes. Dez canções que, não fosse a cara dura de gravar mesmo de bolso liso e lançá-las nesse território sem centro da Internet, ainda estariam fazendo eco em nossas vontades. E apenas em nossas vontades.

A Casa da Árvore é um projeto de Marcos Terra Nova, vocalista e guitarrista da banda Espantalho. Trata-se de uma coletânea de bandas manauaras de rock que estava emperrada nos corredores burocráticos da Secretaria Municipal de Cultura desde julho de 2005, esperando apenas pela prensagem de mil cópias.

Até hoje não saiu.

O disco original continha seis bandas, doze músicas. Nessa versão disponível no Overmundo, são dez bandas, cada uma presente com uma canção. Esta é a versão em torrent do disco, se você quiser baixar as músicas separadamente, veja abaixo.

Leia mais sobre o projeto no texto "A Casa da Árvore e o estado vegetativo", no
Overblog.

Baixar CD Completo A Casa da Árvore .torrent
como fazer o download de torrents?


Download Alternativo do CD Completo A Casa da Árvore, zipado, para quem não domina arquivo torrent


Faixa a Faixa - Ouça ou Baixe

01 Chá de Flores - A Chave de seu Coração
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02 Platinados - Cafeína
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03 Charlie Perfume - Mundo Gira
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04 Several - Ruínas de Cartago
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05 Espantalho - Tempo de Despedida
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06 Mezatrio - Despacho
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07 Underflow - Meu Presente
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08 Zona Tribal - Guerrilha
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09 No Phonic - Amanhã de braços abertos
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10 Infâmia - Ninguém te Ama
download
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Todas as músicas que compõem este CD estão sob uma licença Creative Commons

Fonte: OverMundo

Bethânia na Tela Grande

Maria Bethânia em festival de cinema
por Marco Antonio Barbosa

Ainda inédito no circuito comercial, o longa-metragem documental Maria Bethânia - Pedrinha de Aruanda foi selecionado para a mostra competitiva do festival É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários (www.etudoverdade.com.br) que será realizado entre os dias 23 de março e 1º de abril, no Rio de Janeiro e São Paulo. Dirigido por Andrucha Waddington (de Casa de areia e Eu tu eles), o filme faz um retrato da reservada vida particular da cantora baiana, privilegiando cenas familiares e conversas com amigos. É o segundo documentário de Waddington que tem personalidades da música como tema; em 2001, o cineasta rodou Viva São João, que tinha Gilberto Gil como protagonista. Seu filme sobre Bethânia concorre a um prêmio em dinheiro de R$ 100 mil, disputado com outros seis filmes.

Vale lembrar que o filme chega cerca de dois anos depois do lançamento de Maria Bethânia - Música é perfume, documentário do diretor francês Georges Gachot (focando a carreira da cantora) e mais de quarenta depois de Bethânia bem de perto - A propósito de um show, curta-metragem dirigido por Julio Bressane em 1966 sobre um espetáculo da baiana.


Fonte: JornalMusical

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Neruda Rifado

Poema inédito de Pablo Neruda está à venda por US$ 3.700
da Ansa, em Santiago


Um poema inédito do Nobel de Literatura chileno Pablo Neruda, escrito em 1963, está à venda por US$ 3.700.

Neruda escreveu o poema, dedicado a uma amiga, sobre uma tábua de madeira. A mulher, Elvira Morel, comemorava seu aniversário em Limache, 120 quilômetros ao norte de Santiago.

Na ocasião, o poeta chegou e reclamou do barulho que os convidados faziam. "É meu aniversário e estou na minha casa. Se não está gostando, pode ir embora", teria dito Morel, segundo relato ao jornal "El Mercúrio".

Neruda, amante das festas, não se foi e decidiu pedir desculpas à mulher por meio de um poema de 14 linhas escrito com sua pena de tinta verde. "Perdoe o poeta/Um pouco o que lhe passa/Aos poetas e aos loucos/Dá-lhes tua casa", escreveu Neruda na madeira.

O neto da mulher é quem oferece o poema, por US$ 3.700, em anúncio nos classificados do jornal chileno.

Fonte: Folha Online

E o teu Olhar era de Adeus

Atrás da Porta - Elis Regina


Atrás da Porta, de Chico Buarque, na belíssima interpretação de Elis Regina. Esta apresentação ao vivo da Pimentinha faz parte do show especial feito para o programa da "Série Grandes Nomes", exibido em outubro de 1980 pela RedeGlobo. Dirigido por Daniel Filho, agora ganha versão em DVD (o primeiro colorido de Elis), lançamento conjunto da gravadora da Globo, Som Livre, em parceria com a gravadora dos filhos de Elis, a Trama.

Assistam Atrás da Porta cantada com a alma. Não é à toa que Elis Regina ainda seja considerada a melhor cantora brasileira. Não falo mais nada.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Curta No Princípio Era o Verbo

No Princípio Era o Verbo

Nada de novo existe nesse planeta que não se fale aqui na mesa de bar... Ainda mais no fim do carnaval! Grande vencedor do AXN Film Festival.

Sinopse
Três histórias, que se desenrolam "simultaneamente" em um bar num dia de carnaval, se complementam e se fundem num vai e vem lírico e bem-humorado, que procura tecer uma reflexão sobre o conceito de verdade e nossa busca pelas explicações de fenômenos cotidianos, que não obstante estamos longe de compreender plenamente, como a invenção da roda, ou o modo de vida de outras culturas. Este filme está concorrendo ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2007.


Gênero Ficção
Diretor Virgínia Jorge
Elenco Augusto Madeira, Carlos Roberto Jr, Celsão Rodrigues, Darcy do Espírito Santo, Emiliano Queiroz, Fábio Matos, Markus Konká
Ano 2005
Duração 18 min
Cor P&B
Bitola 35mm
País Brasil

Ficha Técnica
Produção Galpão Produções, Virgínia Jorge, Verve Produções Fotografia Fernando Micelli Som Direto Alessandra Toledo Mixagem José Cláudio Castanheira Montagem Célia Freitas
Fonte: PortaCurtas

Morre Luiz Chaves

Luiz Chaves, ex-Zimbo Trio, morre aos 75 anos

Baixista da formação original do célebre grupo Zimbo Trio, Luiz Chaves morreu nesta quinta-feira, 22 de fevereiro, vítima de falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca. Chaves, que nasceu em Belém (PA) em 1931, tinha 75 anos e seu corpo foi sepultado nesta sexta no cemitério Memorial Parque Paulista, em Embu das Artes (Grande São Paulo).

Chaves já era um instrumentista e compositor conhecido da noite paulistana – e até havia gravado um disco-solo, Projeção (RGE, 1963) – quando se juntou aos músicos Rubinho Barsotti (bateria) e Amilton Godoy (piano) para formar o Zimbo Trio, em 1964. O baixista esteve no trio até 2001 quando precisou se afastar por problemas de saúde, e foi substituído por Itamar Collaço, mas até então esteve em todos os poucos mais de 20 discos do grupo, além de ter acompanhado artistas como Elizeth Cardoso e Elis Regina (no histórico programa Fino da bossa). O trio também criou, em 1973, uma escola de música, o Centro Livre de Aprendizagem Musical (Clam).


Fonte: Gafieiras

Paula Lima pra Escolher

Escolha um hit para Paula Lima
por Marco Antonio Barbosa


Paula Lima é uma cantora que realmente coloca a opinião de seus fãs em primeiro lugar. Para provar isso, a intérprete promove, através de seu site (www.paulalima.com.br) uma enquete que decidirá qual será a próxima faixa de trabalho a sair de seu mais recente (e terceiro) álbum solo, Sinceramente.

Os internautas poderão escolher entre "Eu já notei" (de Ana Carolina e Totonho Villeroy) e "Tirou onda" (Acyr Marques, Arlindo Cruz e Maurição). Até 16 de março, a enquete estará no ar; a mais votada vai para a programação das rádios. Para tirar quaisquer dúvidas dos fãs, as músicas podem ser ouvidas abaixo:

Fonte: JornalMusical

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Todo dia ela faz tudo sempre igual

Cotidiano


Clássica música de Chico Buarque, Cotidiano, na indefectível interpretação de Arnaldo Antunes, ganha aqui animação de Ivan Mola, artista plástico e ilustrador paulistano. As inevitáveis repetições do dia-a-dia não poderiam ser melhor representadas. Vale a pena assistir o Cotidiano deste pobre desenho animado.

Três Gerações de Sambistas - Leia na CartaCapital

As damas da melodia
por Ana Paula Sousa

Ouça trechos da conversa entre Dona Ivone Lara, Leci Brandão e Teresa Cristina

Confira os áudios ao final do texto

Vozeirão que já na fala se impõe, alta, olhar firme, Dona Ivone Lara chega a causar timidez em quem dela se aproxima. Que o diga a cantora Teresa Cristina. Sorriso largo e ar de menina que o tempo perdoa, ela não disfarça a tietagem:

– Toda vez que eu encontro a Dona Ivone eu fico muito mexida. Imagina a quantidade de gente que não encontra a Dona Ivone e fica assim.

Dona Ivone, sem notar, desfila majestade. Leci Brandão, camiseta da Mangueira a demarcar a origem, jeito de quem guerreia, fica no meio das duas. E fala pelas três.

– Qualquer compositora de MPB, numa reportagem, sai como compositora. Já a gente é sambista.

Três gerações. Três melodias. Três rimas. Ivone, 85 anos, Leci, 62, e Teresa, 38, se reuniram há duas semanas no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, num show chamado Santíssima Trindade, destinado a mostrar as canções das três principais compositoras de samba do Brasil.

No teatro lotado, levaram o público ao delírio. Entoaram os sambas da própria lavra e, ao final, cantaram em capela que Um sorriso negro, um abraço negro/ Traz felicidade. Juntas, mostraram a força dos talentos lapidados pela vida.

Dona Ivone foi enfermeira. Leci, telefonista. Teresa, manicure. Nascidas pobres, mulheres e negras, um dia se deram conta de que a música não as largaria. Ser artista era coisa de outras gentes, pensavam. Mas acabou acontecendo com elas.

Difícil saber o que mais impressiona ao vê-las reunidas: se a vida, o samba ou o apanhado de gerações. No camarim, antes do show, recebem CartaCapital para uma conversa. Desfiam histórias sem fim, fazem perguntas umas às outras e, fala cortada por fala, descortinam o samba, a vida, o Brasil.

Dona Ivone, compositora de primeira grandeza, começa com as histórias que chegam borradas aos livros:

– Meus avós foram escravos. Meu avô foi capataz e minha avó era mucama. Tinha um general que chamava minha avó de mãe. Meu avô era um capataz que não era mau para os irmãos de senzala, pelo contrário. Quando os irmãos faziam qualquer arte, se ele pudesse esconder, ele escondia. Se o patrão queria castigar, ele dava fuga. Meu avô cuidava deles. Quando eu falo na música de curar os ferimentos com o banho de abô, eu tô falando do meu avô.

Teresa lembra da música todinha:

– É... O Axé pra Ianga. Dona Ivone, a senhora não teve vontade de colocar essas histórias num livro, não?

– Eu? De jeito nenhum. Tenho horror a isso. Graças a Deus, vim de ventre livre. Senão, eu ia ser danada.

Teresa, revelação do samba no fim dos anos 90, musa do bairro da Lapa, no Rio, lacrimeja ao falar de Dona Ivone:

– Toda vez que encontro com ela, eu fico muito embasbacada. Acho que, se a gente morasse em outro país, teria escolas de música com o nome da Dona Ivone. Eu não acho que ela não é reconhecida, não, mas deveria ser nome de rua, de colégio...

– Mas quando eu morrer...

Gargalham todas com a provocação. Dona Ivone, nascida em 1922, no bairro de Botafogo, no Rio, é, de fato, compositora já lendária do samba. Parceira de Silas de Oliveira, Hermínio Bello de Carvalho, autora de músicas que todos sabem cantarolar, como Sonho Meu e Alguém Me Avisou, foi a primeira mulher a emplacar um samba-enredo no carnaval carioca, em 1965. Isso sem falar na voz rara.

Graças ao tio, entrou na Ala dos Compositores da Império Serrano. Num meio machista, faz questão de dizer que só vingou ali porque tinha as costas quentes:

– Eu digo que entrei para a Ala dos Compositores porque quem montou a ala foi meu tio. Ele falou: “Ivone vai ser parceira de Silas e não se fala mais nisso”. Aí todo mundo acatou.

História bem diferente teve Leci. Sua porta para o samba foi a Mangueira. Sua madrinha de batismo morava no Morro da Mangueira e era amiga de Dona Zica. O avô desfilou na escola. A mãe trabalhou com Jamelão. Ainda assim, para virar compositora, penou:

– Quando cheguei na reunião da Ala dos Compositores, com Hélio Turco, Nelson Sargento, me perguntaram: “O que você tá fazendo aqui?” Disseram que eu ia ficar um ano fazendo samba de terreiro e, se passasse no teste, aí me aceitavam oficialmente. Minha carteira é de 1972. Em 1974, eu já estava na final do samba-enredo... Mas nunca ganhei. Fui vice-campeã seis vezes!

Teresa Cristina, três décadas depois, não tinha tio que a protegesse, mas tinha música gravada em CD que homenageava a Portela:

– Eu ouço a Leci e não acredito que ela teve de ficar um ano fazendo samba de terreiro. Na Portela, me convidaram. Mas a história dela, na Mangueira, me encoraja a nunca querer fazer samba na Portela. Primeiro, porque o samba-enredo de hoje... Como eu vou compor um samba corrido desse jeito? Tem de agradar a bateria, tem de agradar não sei quem.
Está jogada a lenha na fogueira. Leci, comentarista dos carnavais da Globo, pega o fio puxado por Cristina e prossegue:

– Agora existe o empresário do samba. Para poder concorrer, você tem de ter estrutura financeira, distribuir CD na comunidade, dar comida não sei para quem.
Dona Ivone também não quer mais saber do carnaval que, tornado negócio como quase tudo, perdeu a espontaneidade que o fez único e grande:

– Você vê samba-enredo às vezes com dez compositores. E isso lá é samba?

Leci atribui os novos rumos à transformação das escolas em palco de aparecidos mil:

– Antes era negócio de quilombo, de cantoria, de morro e favelado, né? Mas, hoje, todo mundo quer sair na Mangueira. Quando entrei na escola, a gente distribuía adereço na avenida, fazia foguinho pra esquentar tamborim e areava panela de feijoada. Mas, depois de se globalizar, o desfile passou a ser um lugar interessante para as pessoas aparecerem. É o tal in e out. Agora é in sair em escola. Então, tem rainha de bateria que é modelo, atriz. As meninas da comunidade ficam fazendo a corte.

Se os novos contornos das escolas incomodam as artistas, mais ainda as incomoda a idéia de que, nestes anos 2000, o samba virou “moda”. Teresa rebate:

– Comecei a cantar samba em 1998 e já tinha esse mesmo papo da moda. Eu nunca vi uma moda durar dez anos! Ele já tava na moda antes. E sempre estará.

Apesar disso, por mistérios da etimologia – e, quem sabe, do preconceito de classe –, samba não é considerado MPB. Por causa disso, Teresa sofre um bocado para abrir brechas nas rádios, por exemplo:

– Na visão de muita gente, MPB é sofisticado e samba não é. Aí tem rádio com perfil de MPB que diz que não pode ter samba para não ficar popular demais. Daí, vou para a rádio de samba, e ouço: “Você é sofisticada demais, aqui é mais pagode, tem de ter mais barulho. Aí dizem que fulana de tal cantava samba no início da carreira, se sofisticou e começou a cantar MPB. Então ela era esculhambada porque cantava samba? E isso tem gente que fala sem nem sequer perceber...

Carmo Lima, produtor do show Santíssima Trindade, observa, porém, que a presença do samba em teatros como o Sesc Vila Mariana indica que o preconceito escasseou. Mas por que ainda são tão raras as mulheres nesse universo? “O samba começou na casa de uma mulher, a Tia Ciata, nos anos 20, onde se reuniam Donga, Pixinguinha, João da Baiana e Heitor dos Prazeres. Mas a mulher, mesmo que soubesse cantar, não podia entrar na roda. Então, é até natural que poucas se aventurem a compor”, avalia.

Compuseram aquelas que não tinham escolha. Não tinham escolha porque, simplesmente, a música sempre transbordou dessas mulheres. Dona Ivone relembra:

– Eu fui criada num colégio interno, onde éramos 300 alunas. Eu tinha um conceito muito bom lá porque sempre gostei de cantar. Eu pertenci ao orfeão artístico, compreendeu? E sinto uma facilidade danada com melodia. Vai saindo assim ... Mas, quando a gente compõe, o que a gente está fazendo, no fundo, é contar a história da nossa vida.

De belas vidas.


Conteúdo relacionado - Ouça
Dona Ivone conta para Teresa Cristina como aprendeu a cantar
Dona Ivone encontra Hermínio Bello de Carvalho e Cartola
Teresa diz que samba não é moda. Leci diz que moda é sair em escola de samba
Por que Samba não é chamado de MPB?

Legenda Foto: Três gerações. No camarim, as compositoras Ivone, Leci e Teresa descortinam a vida, o samba, o Brasil
Fonte: CartaCapital
Foto: Igor Bier Pessoa

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Dadaísmo Musical

Geladeira Metal = terrorismo geral
por André Dib


Não recomendado para ouvidos sensíveis

"Isso não é música”!, pragueja quem vê ou ouve Geladeira Metal. Quem não diz nada, nem precisa. Basta olhar para a expressão do rosto: varia entre indignação, riso, pasmaceira, nojo... Se em algum lugar a Geladeira goza de boa reputação, é porque ainda não tocou lá. O “dado concreto” é que ela geralmente não pisa duas vezes no mesmo local.

E isso não é música mesmo. É quase tortura. A dupla formada pelos artistas multimídia low-profile Grilo e Paulinho do Amparo é muito mais performática do que musical, no sentido de que, no que eles compõem, não existe o mínimo de decência em termos de harmonia, melodia ou ritmo. São urros guturais, grunhidos, notas desconexas no teclado e contrabaixo tocados como ou como se fosse heavy metal, ou delicadamente fazendo climas para as letras, estas variando entre cartas de apoio ao programa nuclear da Coréia do Norte, protestos contra a companhia de eletricidade e declarações de amor à Lili, a cachorra de estimação.

As reações são adversas. Por exemplo, durante um programa de TV ao vivo, Grilo botou um sonrisal na boca e simulou um ataque epilético, gerando revolta em uma entrevistada politicamente correta. Pra quem perdeu, o tape foi parar no You Tube , entre alguns outros momentos especiais gravados em DV. Num show mais recente, que ainda não chegou ao popular site de vídeos, Paulinho fez um despacho com um pacote de Elma Chips e uma garrafa de Coca-cola no lugar da galinha preta.

Praticamente ignorados pela imprensa musical (são simplesmente citados quando tocam em alguma festa), o Geladeira Metal continua a tocar seu auto intitulado “jazzy core, ou noise infantil”, com inspiração dadaísta em artistas como o japonês Yamatsuka Eye e o saxofonista americano John Zorn.

Seu mais novo projeto se chama Abaixo o Carnaval de Olinda, um CD-movimento social disseminado por email, onde uma das músicas e capa estão disponíveis lá em cima. Para saber mais sobre o movimento, assim como o projeto "Afunda, Meu Recife", clique aqui.

Áudios
O Verdadeiro Hino Oficial do Carnaval de Olinda (1.1 Mb)
streaming download

Para acabar com o Carnaval da Cidade Alta de Olinda (5.5 Mb)
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Jazzy Infernal (3 Mb)
streaming download

Fonte: OverMundo

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

É, Acabou...

Todo Carnaval tem seu Fim - Los Hermanos


Duas postagens abaixo Todo Carnaval tem seu Fim por Maria Rita

Na Quarta-feira de Cinzas o Carnaval tem seu Fim

Marcha De Quarta-Feira De Cinzas
(Vinicius de Moraes, Carlos Lyra)


Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou

Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri
Se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando cantigas de amor

E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade

A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir
Voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida, feliz a cantar
Porque são tantas coisas azuis
E há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe

Quem me dera viver pra ver
E brincar outros carnavais
Com a beleza dos velhos carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz
Seu canto de paz


Todo Carnaval tem seu Fim
(Marcelo Camelo)


Todo dia um ninguém josé acorda já deitado
Todo dia ainda de pé o zé dorme acordado
Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia
Toda trilha é andada com a fé de quem crê no ditado
Mas o dia insiste em nascer
Mas o dia insiste em nascer
Pra ver deitar o novo...

Toda rosa é rosa por que assim ela é chamada
Toda Bossa é nova e você não liga se é usada
Todo o carnaval tem seu fim
Todo o carnaval tem seu fim
É o fim, é o fim

Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz

Toda banda tem um tarol, quem sabe eu não toco
Todo samba tem um refrão pra levantar o bloco
Toda escolha é feita por quem acorda já deitado
Toda folha elege um alguém que mora logo ao lado
E pinta o estandarte de azul
E põe suas estrelas no azul
Pra que mudar?

Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz

(Ouça e veja a intepretação do Los Hermanos para Todo Carnaval tem seu Fim acima)

Todo Carnaval Acaba

Todo Carnaval tem seu Fim - Maria Rita


Todo Carnaval tem seu Fim - Composição de Marcelo Camelo, vocalista do Los Hermanos, foi gravado pela banda em seu segundo disco, Bloco do Eu Sozinho (2001). Confira a interpretação de Maria Rita para a música do Los Hermanos, em apresentação no Sesc Pinheiros, em São Paulo.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Novos Baianos

Brasil Pandeiro - Novos Baianos


O vídeo dos Novos Baianos, interpretando a música Brasil Pandeiro, foi extraído do antigo Programa MPB Especial, da TV Cultura, no início dos anos 70. Esta atração depois foi rebatizada de Ensaio e é até hoje transmitida pela emissora.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Carnaval de Poesias

Epílogo
(manoel bandeira)


Eu quis um dia, como Schumann, compor
Um carnaval todo subjetivo:
Um carnaval em que o só motivo
Fosse o meu próprio ser interior...

Quando o acabei - a diferença que havia!
O de Schumann é um poema cheio de amor,
E de frescura, e de mocidade...
O meu tinha a morta mortacor
Da senilidade e da amargura...
– O meu carnaval sem nenhuma alegria!


Carnaval de Ontem e de Hoje
(cruz e souza)


Do apartamento de Dora
Ouve-se o ruído lá fora
Do carnaval que já vem.
O samba do morro desce
E a gente do morro esquece
Do gosto que a vida tem.
A Vovó fica alarmada!
Que terror esta enxurrada
De gente suja e brutal!
As mulheres, quase nuas,
Homens de saia, nas ruas,
— Meu Deus, isto é carnaval?

“No seu tempo”, felizmente,
Era tudo diferente
À neta ela explica, então:
— Gente distinta, educada,
Batalhava na calçada
Do Jockey, que animação!

O corso era uma beleza!

Que elegância, que riqueza
De confeti e serpentinas!
Sobre as capotas descidas
Moças bonitas, vestidas
Das fantasias mais finas.

Nos bailes, que brincadeira!
Nem pulos, nem bebedeira,
Todos podiam dançar.
Mas de outro modo, distinto:
Se era “família” o recinto,
Ninguém mais podia entrar.

Dançava-se o tempo todo.
Brincava-se mesmo a rodo,
Sem mal, contente e feliz.
E o lança-perfume, eu penso
Não era usado no lenço
E abusado, no nariz!

Às vezes, um mascarado
Chegava, alegre e engraçado,
Metido num dominó.
Passava, dando os seus trotes,
Depois lá ia, aos pinotes,
Brincalhão, como ele só!

E a Vovó contava à neta...
Dorinha ouvia, bem quieta
Mas, de repente diz: - Qual,
Vovó, desculpe o que eu digo
Mas que chato é o tempo antigo!
Meu Deus, isso é Carnaval?


Cachaça Mecânica
(erasmo carlos)

Vendeu seu terno, seu relógio e sua alma
E até o santo ele vendeu com muita fé

Comprou fiado pra fazer sua mortalha
Tomou um gole de cachaça e deu no pé

Mariazinha ainda viu joão no mato
Matando um gato pra vestir seu tamborim

E aquela tarde já bem tarde comentava
Lá vai um homem se acabar até o fim

João bebeu toda cachaça da cidade
Bateu com força em todo bumbo que ele via

Gastou seu bolso mas dançou desesperado
Comeu confete , serpentina e a fantasia

Tomou um tombo bem no meio da avenida
Desconfiado que outro gole não bebia

Dormiu no tombo e foi pisado pela escola
Morreu de samba , de cachaça e de folia

Tanto ele investiu na brincadeira
Pra tudo tudo se acabar na terça-feira


Desce
(arnaldo antunes)


desce do trono, rainha
desce do seu pedestal
de que te vale a riqueza sozinha,
enquanto é carnaval?

desce do sono, princesa
deixa o seu cetro rolar
de que adianta haver tanta beleza
se não se pode tocar?

hoje você vai ser minha
desce do cartão postal
não é o altar que te faz mais divina
deus também desce do céu

desce das suas alturas
desce da nuvem, meu bem
porque não deixa de tanta frescura
e vem para a rua também?


Sala de recepção
(cartola)


Habitada por gente simples e tão pobre
Que só tem o sol que a todos cobre
Como podes Mangueira cantar?

Pois então saiba que não desejamos mais nada
A noite a lua prateada, silenciosa
Ouve as nossas canções
Bem lá no alto do cruzeiro
Onde fazemos nossas orações

Temos orgulho de sermos os primeiros campeões
Eu digo e afirmo, que a felicidade aqui mora
E as outras escolas até choram
Invejando a tua posição
Minha Mangueira
És a sala de recepção
Aqui se abraça o inimigo como se fosse irmão

O Pierrot ama Colombina que o trocou por Arlequim

Pierrot - Los Hermanos


Pierrot, do Los Hermanos, é faixa do disco de estréia, homônimo, da banda, lançado em 1999. O vídeo foi gravado durante a produção do DVD Los Hermanos Ao Vivo no Cine Íris (2005), porém, não foi incluído no mesmo. Assista aqui no Carnaval do Música&PoesiaBRasileira.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

O Moderno(?) encontra o Antigo(?)

Balancê

Confiram esta releitura de uma clássica marchinha de carnaval. Transvestida de um viés eletrônico, as imagens que compõem o clipe estão invadidas de símbolos e estereótipos da cultura brasileira.

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Curta Jorjão neste Carnaval

Jorjão


Um filme sobre um dos principais mestres de bateria de escola de samba do Rio de janeiro que fala sobre música e a sua história de amor.
Assista de camarote ao filme Jorjão e entre no ritmo do carnaval com o revolucionário mestre de bateria. Esta folia não acaba na Quarta-Feira de Cinzas.

Veja Jorjão aqui

Ficha Técnica
Fotografia Paulo Tiefenthaler Roteiro Paulo Tiefenthaler Edição Paulo Tiefenthaler, Rick Liuzzi Edição de som Ricardo Cutz Montagem Paulo Tiefenthaler, Rick Liuzzi

Festivais
Cine PE 2005


Fonte: PortaCurtas

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Mundo Livre S/A e seu Carnaval

carnaval inesquecível na cidade alta - mundo livre s/a


Fred Zero Qu4tro e companhia (S/A) mostram o seu inesquecível carnaval em Olinda. A música, Carnaval Inesquecível na Cidade Alta, pertence ao disco Bebadogroove (2005).

Sexto trabalho dos pernambucanos do Mundo Livre S/A, foi lançado em EP (com o intuito de baratear custos e ampliar o acesso do público) e batizado com o pequeno nome de "Bebadogroove Vol. 01 (GarageSambaTransmachine)", título com referência ao disco "Beba do Samba", de Paulinho da Viola.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Três do Poetinha

Se eu fosse um padre (mario quintana)

Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,
não falaria em Deus nem no Pecado
- muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,

não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições...
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,

Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!

Porque a poesia purifica a alma
... a um belo poema - ainda que de Deus se aparte -
um belo poema sempre leva a Deus!


Dos nossos males (mario quintana)

A nós bastem nossos próprios ais,

Que a ninguém sua cruz é pequenina.

Por pior que seja a situação da China,

Os nossos calos doem muito mais...


Bilhete (mario quintana)

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

Festival de Cine Lusófono

Festival de João Pessoa abre inscrições para curtas
O Cineport permite a participação de produções do Brasil, de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste

SÃO PAULO - A terceira edição do Festival de Cinema em Língua Portuguesa (Cineport) ocorrerá de 4 a 13 de maio, em João Pessoa, e recebe, até 10 de março, inscrições para o prêmio Andorinha Digital, dedicado a filmes de curta-metragem. Segundo a criadora do evento, Mônica Botelho, por causa do aumento significativo de candidatos nos anos anteriores, as inscrições foram antecipadas.

Podem participar produções do Brasil, de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

As inscrições são feitas no site www.festivalcineport.com, onde está o regulamento da competição, que tem também prêmios para longas.


Fonte: Estadão

Discos Reeditados

OS PRIMEIROS DISCOS DE CHICO, ELIS E MUTANTES. FINALMENTE

Por muitos anos, a indústria fonográfica brasileira investiu pesado em coletâneas de artistas. Nem sempre cuidadosas, elas freqüentemente reuniam grandes sucessos selecionados a esmo, sem qualquer preocupação quanto à adaptação do projeto gráfico para o novo formato. Mas, recentemente, algumas gravadoras têm demonstrado nova tendência: o relançamento de discos que por muito tempo permaneceram fora de catálogo.
É o caso da série Os Primeiros Anos, editada pela Som Livre. Entre os lançamentos, cujos projetos procuram aproximar-se da arte dos velhos bolachões, estão os discos inaugurais das carreiras de Chico Buarque e Elis Regina.
A caixinha de Elis vem com seus dois primeiros discos, de 1961 e 1962, quando a futura estrela nacional era conhecida apenas no Rio Grande do Sul. Já a de Chico, com três álbuns lançados originalmente entre 1966 e 1968, revela um compositor um tanto promissor. As caixas são vendidas por cerca de 40 reais cada, preço razoável se comparado ao que se cobra pelos últimos lançamentos.
Outra reedição oportuna, da gravadora Universal, é a discografia completa dos Mutantes, fora de catálogo desde 1992. Já não era sem tempo. (RC)

EMBRULHO PRA LEVAR (EP)
Jovem banda porto-alegrense, Apanhador Só encanta com versos de lirismo surpreendente como Estou rouco de saudade de você.


FINO COLETIVO
O septeto baseado em Maceió e no Rio estréia em saboroso disco que reverencia o samba com sonoridade contemporânea.


PASSO DE ANJO
O projeto reúne 18 músicos para dar tratamento diferenciado ao frevo. Repleto de improvisações, remete ao jazz.

Fonte: Almanaque Brasil

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Ritmo e Poesia

Fogo no Pavio - GOG


Este é o vídeo clipe da música Fogo no Pavio, do rapper GOG, um dos rappers mais engajados do Brasil e um dos primeiros a usar bases e samplers de música brasileira. Leia mais sobre esse assunto aqui.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Johnny Alf hospitalizado

Músico Johnny Alf é internado em São Paulo
da Folha Online

O cantor, compositor e pianista Johnny Alf, 77, considerado um dos precursores da bossa nova, foi internado nesta terça-feira no Instituto de Cardiologia Dante Pazzanese, em São Paulo. A assessoria de imprensa da instituição disse que detalhes sobre o quadro de saúde de Alf seriam divulgados mais tarde.

Como precursor da bossa nova --são 53 de carreira e 47 dedicados ao gênero--, Johnny Alf é aclamado por grandes nomes do movimento, como João Gilberto e Dolores Duran.

Com formação de piano clássico na adolescência, Alf se profissionalizou na noite de Copacabana, em que conheceu e tornou-se amigo de Dolores Duran, João Gilberto e João Donato.

O músico rapidamente tornou-se um nome lendário --suas temporadas na primeira metade dos anos 50 reuniam na platéia ouvintes como Tom Jobim, Sylvia Telles, Baden Powell, Roberto Menescal e Alaíde Costa, entre outros.

Com influências jazzísticas de George Shearing, Cole Porter e Nat King Cole, o piano de Alf influencia legiões de cantores e pianistas não só no Brasil, mas em todo o mundo. "Eu ouvia muito Sarah Vaughan e Nat King Cole, cantava muito o repertório deles na boate. Aí, aprendi a usar o jazz como cobertura na minha música", disse ele à Folha no início de 2006.

Nascido Alfredo José da Silva, no Rio, Johnny Alf veio morar em São Paulo em 1955, onde vive até hoje. Em mais de cinco décadas de carreira, criou célebres composições como "Rapaz de Bem" e "Eu e a Brisa", sua canção mais famosa.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

O Mundo Segundo Mautner

Jorge Mautner, o grande artista do Kaos

Ex-membro do PCB e um remanescente do Tropicalismo, Jorge Mautner é o criador de canções como “Maracatu Atômico” e “Lágrima Negra”, além de gravar um álbum com Caetano Veloso chamado “Eu não Peço Desculpa” e ter dez livros publicados.

por Rafael Sampaio – Carta Maior

RIO DE JANEIRO - Henrique George Mautner, mais conhecido como Jorge Mautner, iniciou sua carreira artística em 1958, quase por acaso. “Fui artisticamente descoberto na Revista Diálogo, onde textos meus foram publicados por Paulo Bonfim, Guilherme de Almeida e pelo filósofo Vicente Ferreira da Silva”, afirma ele, em entrevista à Carta Maior concedida durante a Bienal de Arte e Cultura da UNE.

“Filiei-me ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1963 e publiquei minha saudação a Brasília, que é o livro Kaos. Antes mesmo da cidade estar pronta, estive por lá, em 1958 e 1959”, afirma Mautner, que segue como um dos mais vigorosos artistas de sua época.

Premiado com o Jabuti de Revelação Literária, em 1962, pelo livro Dança da Chuva e da Morte, Mautner participou do Tropicalismo, movimento artístico tupiniquim capitaneado por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Gal Costa, entre outros. Conhecido pela alcunha de “artista maldito”, Mautner inspirou-se nos hippies e no movimento beatnik para criar, escrever e compor.

Autor de dez livros, como Kaos (1963), Narciso em Tarde Cinza (1965), Vigarista Jorge (1965), Fragmentos de Sabonete (1973), Sexo do Crepúsculo (1982) e Floresta Verde Esmeralda (2002), Mautner ainda é poeta, cartunista, violinista, pianista, compositor, artista plástico, cineasta e cantor. Há três meses, ele lançou uma autobiografia, chamada O Filho do Holocausto, na qual conta detalhes de sua vida que até então permaneceram obscuros.

Seu lado mais famoso é o de compositor musical. Mautner é considerado um dos mais gravados compositores em vida no Brasil. Dentre as suas criações, estão as músicas Lágrimas Negras, gravada por Gal Costa; O Rouxinol e Herói das Estrelas, gravadas por Gilberto Gil; e também Maracatu Atômico, que fez história na década de 70 e retornou como sucesso retumbante na voz e na ginga de Chico Science, morto há exatos dez anos em um acidente automobilístico.

Dentre tantas criações de Jorge Mautner, encontra-se o filme O Demiurgo, considerado por Glauber Rocha como “o melhor filme já feito sobre o exílio”. Gravada em Londres em 1970, esta película reúne diversos artistas expulsos do país, como Jards Macalé, Dedé Veloso, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Leilah Assunção, Roberto Aguilar, Sandra Gadelha e o próprio Mautner, em uma trama chamada pelo artista de “chanchada filosófica”.

Hoje, Mautner mantém o Pontão da Cultura do Kaos, que já visitou 22 pontos em cinco estados do país (São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Rio Grande do Norte). As apresentações performáticas de Mautner e Jacobina, montadas com causos, poesias e canções, abordam temas históricos que inspiram novos olhares sobre o mundo. No próximo dia 10 e fevereiro, fará a primeira apresentação do Pontão de Cultura do Kaos de 2007. O evento, aberto ao público, acontecerá às 15h no Instituto Pensarte (Alameda Nothamnn, 1029), e terá a participação do maestro Jacobina e do músico Jean Kuperman.


Leia aqui a entrevista exclusiva que Mautner concedeu à Carta Maior

Ouça algumas músicas do novo CD de Mautner

*Outros viram, participação de Gilberto Gil

Os Pais (ouça no YouTube)

Estilhaços da paixão (ouça no YouTube)

*Não foi possível ouvir no Internet Explorer, a recomendação é o navegador Opera

As canções por Jorge Mautner

ESTILHAÇOS DE PAIXÃO (Jorge Mautner) Esta canção foi composta em l958. Ela é também uma canção de amor, porém muito atormentada e com saudades precoces de um tempo que "passa depressa demais", é interpretada por mim e por Caetano. Quando a ouço, ou interpreto, ela representa para mim uma saudade em chamas e labaredas de lembranças eternas que me ressuscitam a cada instante. A presença de Caetano a tornou sublime e irresvalável!

OUTROS VIRAM (Gilberto Gil-Jorge Mautner) Esta canção é o cerne poético-filosófico deste disco, celebra a grande importância do Brasil e sua cultura para o mundo. Foi composto em Araras na mesma época em que compusemos "Os Pais". Uma canção é irmã da outra. Aqui celebra-se em tom de plenitude e Graça Divina,o país-continente chamado Brasil,aonde " Humanidade vem renascer..." Foi com muita emoção que a compusemos,eu e Gil,sob noites estreladas da serra.na companhia de sua maravilhosa família,e de sua esposa Flora Gil. Ela nos remete para um neo-Ary Barroso,neo-Assis Valente,as citações proféticas de Whalt Withman, Rabindranath Tagore,são impressionantes por sua veemência e veracidade. É a saudação da amálgama, esta amálgama que no dizer de José Bonifácio em l823 nos diferencia de todos os demais paises. Fala no deslumbramento e admiração que esta amálgama produziu em Theodore Roosevelt e que ele identificou com o melting pot e de como a considerou como sendo de máxima urgência a sua adoção pelos USA, esta miscigenação, amálgama, mistura, melting-pot. Gil a interpreta com majestade democrática, com o enaltecimento e a exaltação que vem como carinhos sem fim brotando lá do fundo do coração!

OS PAIS (Gilberto Gil-Jorge Mautner) Essa canção foi composta por mim e por Gil, tanto a letra quanto a melodia, entre o Natal de 2005 e a festa do ano novo de 2006 em Araras. Ela reflete o ponto central da angústia das decisões: maior liberdade, ou maior repressão?

Fonte: www.jorgemautner.com.br

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Curta-Metragem sobre o Manguebeat


O Mundo é uma Cabeça

Gênero Documentário
Diretor
Bidu Queiroz, Cláudio Barroso
Ano 2004
Duração 17 min
Cor Colorido
Bitola 35mm
País Brasil
O Manguebeat é um movimento que eclodiu no início dos anos 90 em Pernambuco. E o filme mostra essa história e a trajetória do seu principal protagonista: Chico Science.


O Mundo é uma Cabeça
Ficha Técnica
Fotografia Paulo Jacinto Reis (Feijão) Roteiro Cláudio Barroso, Bidu Queiroz Empresa produtora Beluga Produções, Truques Cinematográficos, Neander Filmes Edição de som Carlos Cox Montagem João Maria Araújo Trilha Sonora Chico Science, Otto, Nação Zumbi, Mundo Livre S/A, Mestre Ambrósio, Ortinho

Prêmios
Os 10 Mais - Escolha do Público no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2005Prêmio Cachaça Cinema Clube no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2005Prêmio Unibanco de Cinema no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2005

Festivais
Cine PE 2005


Assista mais curtas em OutroCine - mostra permanente de cinema

Augusto dos Anjos



Baixe ou leia o livro completo Eu e Outras Poesias, de Augusto dos Anjos, o poeta da podridão.

Eu e Outras Poesia - arquivo em PDF


ANJOS, Augusto dos. Eu e outras poesias. 42. ed. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 1998.


Veja o texto integral


Fonte Texto Integral: Biblioteca Virtual do Estudante de Língua Portuguesa

Fonte Arquivo PDF: Fundação Biblioteca Nacional