Arnaldo Antunes tenta driblar regras da indústria
O paulista Arnaldo Antunes elege o paradoxo como protagonista do primeiro DVD e CD ao vivo que cria, o que pode ser percebido desde o título, Ao Vivo no Estúdio (Biscoito Fino). O show acontece num ambiente aparentemente sombrio, tipo porão, diante de um público de cerca de 50 pessoas, todo mundo sentado no chão do minúsculo espaço que é, ao mesmo tempo, platéia e palco. Em certas cenas, flagram-se os técnicos de gravação do lado de cá do vidro, Arnaldo lá no fundo, qual vampiro paulistano ou peixe expressionista num aquário de placidez. “É como se o estúdio fosse uma caixinha de música”, sintetiza, arredio a maiores elucubrações, o músico e poeta.
Os contrastes espalham-se por entre músicos e convidados, que vão dos roqueiros ex-colegas do grupo Titãs (Nando Reis e Branco Mello) aos parceiros hippies “tribalistas” (Marisa Monte e Carlinhos Brown). No trio que o acompanha, sobressai Marcelo Janeci, que faz da sanfona quase um co-protagonista da gravação. No Brasil, o instrumento ficou identificado com o baião de Luiz Gonzaga e foi proscrito da música dita “sofisticada” pela geração bossa nova. “João Donato e Gilberto Gil começaram tocando sanfona”, ele lembra, mas admite que os foles em primeiro plano soam como uma “novidade” no contexto da banda e do trabalho.
Arnaldo oscila no paradoxo, ora fazendo da sanfona veículo de alta sofisticação (como em Luzes, do poeta paranaense Paulo Leminski, levada como num tango de Astor Piazzolla), ora usando-a para traduzir rock denso em leve quadrilha junina (em O Silêncio).
A série de contrastes consolida-se, enfim, no balé entre redundâncias e inovações ao qual o artista demorara a se entregar, desta época de transição entre música gravada em CD, música para ver em DVD e o futuro de formato ainda indefinido. Ao Vivo no Estúdio é projeto retrospectivo feito sob medida para atender às convenções do DVD, mas sai pela tangente da redundância ao inserir a sanfona como elemento de corte, ao transformar os arranjos de modo marcante, ao adotar o paradoxo de ser gravado “ao vivo” “no estúdio” (em geral, os dois clichês são tidos como incompatíveis no jargão musical).
Pelo que diz, quase parece um trabalho inédito. Sem ser. Pelo que deixa de dizer, nem parece preocupado em ajudar na solução de impasses da indústria musical. Mas quem sabe?
Fonte: CartaCapital
Leia mais na revista CartaCapital edição 473
Ouça todas as músicas do novo disco de Arnaldo Antunes, Ao Vivo no Estúdio, aqui
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Ex-Titã vira Vampiro
O artista gravou "ao vivo" no estúdio, com platéia sentada e cenário de cinema mudo
O cenário e a filmagem em preto-e-branco fazem pensar o tempo todo no expressionismo alemão. Parece que O Vampiro de Düsseldorf passará encostado na parede ao fundo a qualquer momento. Mas, no centro do palco minúsculo, um cantor de voz grave entoa interpretações contidas, sob arranjos essencialmente delicados. O contraste entre expressionismo visual e impressionismo musical repete-se em várias frentes.Postado por Yerko Herrera às 01:01
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6 comentários:
passando par te ler.
Já tens a tua árvore???
Trouxe uma para ti!!!
___________________Paz
__________________União
_________________Alegrias
________________Esperanças
_______________Amor.Sucesso
______________Realizações★Luz
_____________Respeito★harmonia
____________Saúde★..solidariedade
___________Felicidade ★...Humildade
__________Confraternização ★..Pureza
_________Amizade ★Sabedoria★.Perdão
________Igualdade★Liberdade.Boa-.sorte
_______Sinceridade★Estima★.Fraternidade
______Equilíbrio★Dignidade★...Benevolência
_____Fé★Bondade_Paciência..Gratidão_Força
____Tenacidade★Prosperidade_.Reconhecimento
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B E I J O S
CAMPANHA,VAMOS FAZER ESTA ÁRVORE CIRCULAR
ATÉ AO FIM-DE ANO PARA ENERGIZAR 2008!!
BOA SEMANA
CARLA GRANJA
Obrigado, Carlinha. Tudo de bom pra ti também.
Beijos!
Olá,
Gosto muito do seu blog. Sempre passo por aqui( quando tenho tempo).
Gostaria que vc ouvisse minhas músicas e me dissesse o que acha. Poderia?
Estão em www.thiagocorrea.com
Obrigado pela atenção,
Thiago Corrêa
Pô, Thiago, que honra! Apesar de não ser nenhum especialista, ouvirei tuas canções com muita atenção. Em breve te digo o que achei.
Valeu! Abração,
Yerko Herrera.
Adorei o seu blog!
Um abraço,
Manu Santos
Manu!!! Estou lisonjeado com tua visita!!! Te espero aqui sempre. Em breve tentarei entrar em contato contigo pra falar sobre teu trabalho.
Beijos,
Yerko Herrera.
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