quinta-feira, 5 de abril de 2007

CONTRA-INDÚSTRIA: A nova Música Independente

Capa do livro CONTRA-INDÚSTRIA
Muito se discute sobre música independente no país hoje em dia. Porém, a distância que se observa na prática entre músicos amadores (sem pretensão profissional) e artistas auto-produores profissionais é enorme. Motivados em diminuir essa distância, e também em criar um material que se voltasse somente para a música independente (o que é extramamente raro), os compositores Estrela Leminski e Téo Ruiz publicaram o livro CONTRA-INDÚSTRIA em 2006, pela editora miniera Selo Editorial, fruto de uma ampla pesquisa da dulpa sobre o tema reunindo aspectos históricos, discussões, novas tendências e também uma nova terminologia que se adequasse ao discurso atual desses artistas auto-produtores profissionais de hoje, independentes por opção, que não estão ligados a nenhum tipo de estrutura industrial. Sem pragmatismos e maniqueísmos, o livro traz dados oficiais e embasamento para mostrar que os artistas independentes já saíram há tempos da condição de "marginais" para se tornarem situação dentro da música brasileira.

Segue o resumo que está na orelha do livro:

O conceito de MPB como uma instituição se mostra muito mais apropriado nos dias de hoje, pois não envolve mais somente estilos musicais, mas também reúne aspectos sociais, históricos e culturais da sociedade brasileira. As grandes gravadoras foram se firmando no Brasil ao longo do século XX ligadas ao desenvolvimento tecnológico do fonograma (música gravada). Com o avanço técnico das gravações, expansão e massificação dos meios de comunicação e com a grande qualidade e diversidade da música brasileira, as grandes gravadoras (majors) atingiram o grande público, principalmente a partir dos anos 50, e instalaram um monopólio de toda a cadeia de produção musical. A Música Independente surge em meio a crises do setor e insatisfação de alguns artistas das majors, e teve sua grande expansão a partir dos anos 80 com a vanguarda paulistana. A atitude do Faça Você Mesmo, já presente no Punk, começa então a fazer parte da MPB. O artista independente de hoje não corresponde mais a imagem de amador e marginal que adquiriu ao longo principalmente dos anos 70 e 80. Há algum tempo esses artistas produzem seu próprio trabalho com extrema qualidade e competência, e aproveitam alternativas de produção já existentes assim como propõe novos caminhos. As Leis de Incentivo à Cultura, mesmo com defeitos, constituíram uma importante ferramenta de trabalhos independentes de altíssima qualidade, e até hoje é uma alternativa de produção. O alto custo do monopólio das grandes gravadoras através de compras dos meios de comunicação (jabá), a escassez de novidades, trabalhos apelativos e as novas alternativas independentes são as prováveis causas da crise instaurada em todo setor fonográfico mundial. Devido à nova configuração da Música Independente e a adequação de seu discurso, a Contra-Indústria se configura como o expoente dos artistas independentes do Brasil.

Mais informações sobre o livro, os autores e como adquirir, entre no site
www.musicaderuiz.art.br
por Téo Ruiz para o OverMundo

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