Meu MySpace
Conheça o lo-fi apaixonado e romântico da one-woman band catarinense Verde Velma e a celebração baggy-Madchester do Celestines, banda da novíssima safra curitibana. Textos de Abonico R. Smith.
Divulgação :: Alexandra Haro/Divulgação
Gica Trierweiler e o quinteto Celestines: revelações do Sul do Brasil
Verde Velma
Pode comprovar: quem ainda insiste em usar o termo “banda de garagem” é antiquado. Está mais do que defasado e provavelmente nem tem a mínima idéia do que seja o MySpace – e sua abrangência e vital importância para o rock contemporâneo. Afinal, se um artista hoje pode estourar e tornar-se popstar através de uma espécie de site caseiro que reúne blogs, vídeos e musiquinhas postadas ao léu, há muito deixou de fazer sentido reunir a turma de amigos em uma garagem ou porão ou a sala de estar da casa dos pais de um deles. O avanço tecnológico permite que se gravem discos no próprio quarto (o Bonde do Role fez isso, você sabia?), utilizando apenas softwares de edição sonora e o mínimo possível de equipamentos.
Adeus, tralharada de caixas acústicas, plugs, pedestais, guitarristas que só pensam em solar e até mesmo aquele kit de bateria dificílimo de ser microfonado. Adeus, sofisticados estúdios de gravação. Adeus até mesmo aos estúdios de ensaio, muitas vezes. Porque você, sozinho, agora grava suas músicas- de maneira solitária, acompanhado apenas por si próprio (violão, guitarra, gaita, piano) ou mesmo se multiplicando em uma banda fictícia, em gravações brutas/toscas ou mesmo caprichadas através de um produtor. Isto se chama lo-fi e é uma tendência já consolidada no exterior e que começa a ganhar um grande volume de adeptos aqui no Brasil pós-MySpace. E se Bonde do Rolê, Devendra Banhart, Lily Allen, Horrors ou kate Nash podem, por que você também não pode tentar a sorte grande no mundo do showbiz sem passar por gravadoras, empresários e playlists radiofônicos.
Uma pessoa que pensa desta forma – e tem tudo para continuar seguindo em frente depois de descoberta pelos myspacers - é a catarinense Gica Trierweiler. O sobrenome, germânico, indica sua origem (a cidade de Blumenau, terra da famosa Oktoberfest), mas a música dela não tem nada de fria. Pelo contrário. Sua poesia trilíngüe (imersa em um universo musical RGB, ela canta em português, inglês e espanhol) é movida por paixões. Seus versos são breves comentários e histórias doces de amores que deram certo – ou não. Ela mesma diz que canta, dança, compõe letras e se apaixona sempre.
Depois de adotar o alter-ego de Verde Velma (referência à famosa garota meio nerd meio loser, de óculos e corte de cabelo chanel, dos desenhos do Scooby-Doo), ela passou a fazer gravações caseiras e shows esparsos nos quais se alterna entre seus violões azul e vermelho e se apresenta com figurinos temáticos, entre goles de água mineral. Dedica letras aos homens que passam e passaram e pela sua vida, mesmo que eles não sabiam e nem venham a saber. Reza a lenda, inclusive, que uma delas teria como muso inspirador um famoso cartunista brasileiro.
Recentemente, Gica passou a flertar também com arranjos com banda, como em uma versão da música “Chafariz”, que rola solta pela web. Também desenvolve atualmente parceria com o paranaense Giancarlo Rufatto, também, one-man band e mais conhecido pela alcunha de Lo-Fi Dreams. Juntos já se apresentaram ao vivo algumas vezes e trocam experiências e colaborações musicais através de gravações caseiras. O primeiro fruto da dupla merece ser ouvido com toda a atenção. Um simples bumbo-caixa pontua o arranjo de uma pop song singela e diferente. Romântica e açucarada sem cair no lugar-comum das baladas que conhecemos por aí, a letra, em menos de três minutos, sintetiza o supra-sumo de um momento a dois (“Respira e não me solta/ E me conta suas histórias/ Que descem bem pelo meu ouvido/ Respira e volta/ E beija e abraça e fala/ E canta e pega e dança/ Comigo/ De novo”).
www.myspace.com/verdevelma
Adeus, tralharada de caixas acústicas, plugs, pedestais, guitarristas que só pensam em solar e até mesmo aquele kit de bateria dificílimo de ser microfonado. Adeus, sofisticados estúdios de gravação. Adeus até mesmo aos estúdios de ensaio, muitas vezes. Porque você, sozinho, agora grava suas músicas- de maneira solitária, acompanhado apenas por si próprio (violão, guitarra, gaita, piano) ou mesmo se multiplicando em uma banda fictícia, em gravações brutas/toscas ou mesmo caprichadas através de um produtor. Isto se chama lo-fi e é uma tendência já consolidada no exterior e que começa a ganhar um grande volume de adeptos aqui no Brasil pós-MySpace. E se Bonde do Rolê, Devendra Banhart, Lily Allen, Horrors ou kate Nash podem, por que você também não pode tentar a sorte grande no mundo do showbiz sem passar por gravadoras, empresários e playlists radiofônicos.
Uma pessoa que pensa desta forma – e tem tudo para continuar seguindo em frente depois de descoberta pelos myspacers - é a catarinense Gica Trierweiler. O sobrenome, germânico, indica sua origem (a cidade de Blumenau, terra da famosa Oktoberfest), mas a música dela não tem nada de fria. Pelo contrário. Sua poesia trilíngüe (imersa em um universo musical RGB, ela canta em português, inglês e espanhol) é movida por paixões. Seus versos são breves comentários e histórias doces de amores que deram certo – ou não. Ela mesma diz que canta, dança, compõe letras e se apaixona sempre.
Depois de adotar o alter-ego de Verde Velma (referência à famosa garota meio nerd meio loser, de óculos e corte de cabelo chanel, dos desenhos do Scooby-Doo), ela passou a fazer gravações caseiras e shows esparsos nos quais se alterna entre seus violões azul e vermelho e se apresenta com figurinos temáticos, entre goles de água mineral. Dedica letras aos homens que passam e passaram e pela sua vida, mesmo que eles não sabiam e nem venham a saber. Reza a lenda, inclusive, que uma delas teria como muso inspirador um famoso cartunista brasileiro.
Recentemente, Gica passou a flertar também com arranjos com banda, como em uma versão da música “Chafariz”, que rola solta pela web. Também desenvolve atualmente parceria com o paranaense Giancarlo Rufatto, também, one-man band e mais conhecido pela alcunha de Lo-Fi Dreams. Juntos já se apresentaram ao vivo algumas vezes e trocam experiências e colaborações musicais através de gravações caseiras. O primeiro fruto da dupla merece ser ouvido com toda a atenção. Um simples bumbo-caixa pontua o arranjo de uma pop song singela e diferente. Romântica e açucarada sem cair no lugar-comum das baladas que conhecemos por aí, a letra, em menos de três minutos, sintetiza o supra-sumo de um momento a dois (“Respira e não me solta/ E me conta suas histórias/ Que descem bem pelo meu ouvido/ Respira e volta/ E beija e abraça e fala/ E canta e pega e dança/ Comigo/ De novo”).
www.myspace.com/verdevelma
Celestines
Celestinos foram uma ordem católica dissidente dos monges beneditinos, surgida no ano de 1244 – mas que só passou a adotar este depois da eleição de seu fundador que foi eleito papa e assumiu o codinome de Celestino V – e dissolvida pouco mais de quatro séculos depois. Suas principais características: pregar o vegetarianismo como forma de “manutenção da saúde” do organismo e a prática de rezas em forma de canto às duas horas da madrugada (início da manhã para eles).
O nome também batiza uma das interessantes bandas da novíssima safra curitibana. O EP de estréia, com apenas três faixas, está disponível no MySpace para os caçadores de novidades, enquanto o primeiro álbum sai do forno – por um selo indepedente e cultural chamado Trevo Artes – neste mês de outubro. O quinteto se autodenomina “a mais brasileira das guitar bands” – utilizando um termo que foi bastante utilizado no meio indie nacional no início dos anos 90 mas que, a priori só existiu mesmo por aqui – e lançou o termo “Coolritiba” (na cola do slogan “Curitiba agora é cool).
Uma rápida audição no EP faz a conexão com as palavras-chaves do parágrafo acima. Aqui, Madchester reina soberana. E, acima de todas as coisas, os Stone Roses. Afinal, é uma herança direta o clima “festa baggy regido por batidinha dançante e linha de baixo hipnótica somado a guitarras entupidas de efeitos obtidos através de pedais (wha-whas, inclusive) e notas prolongadas pelo e-bow. Fica impossível não querer deixar de dançar balançando as franjinhas ao som de “Dance na Chuva” e “Colidir”.
Também não por acaso, uma das faixas leva a co-autoria de Ian Brown (errr... será que ele sabe?). Este é justamente o grande destaque do EP. “Mundo Pequeno” já toca com freqüência na programação destinada aos sons locais nas rádios de Curitiba. Tem como base um dedilhado que, ao mesmo tempo em que remete aos Roses mais famosos da cidade de Manchester, brinca com os clássicos acordes dissonantes do começo de “Lucy In The Sky With Diamonds”. A letra, curta, e o refrão, mais do que direto com apenas uma frase (“Somente posso te amar”) fixam rapidamente.
www.myspace.com/celestines
Fonte: Bacana
Celestinos foram uma ordem católica dissidente dos monges beneditinos, surgida no ano de 1244 – mas que só passou a adotar este depois da eleição de seu fundador que foi eleito papa e assumiu o codinome de Celestino V – e dissolvida pouco mais de quatro séculos depois. Suas principais características: pregar o vegetarianismo como forma de “manutenção da saúde” do organismo e a prática de rezas em forma de canto às duas horas da madrugada (início da manhã para eles).
O nome também batiza uma das interessantes bandas da novíssima safra curitibana. O EP de estréia, com apenas três faixas, está disponível no MySpace para os caçadores de novidades, enquanto o primeiro álbum sai do forno – por um selo indepedente e cultural chamado Trevo Artes – neste mês de outubro. O quinteto se autodenomina “a mais brasileira das guitar bands” – utilizando um termo que foi bastante utilizado no meio indie nacional no início dos anos 90 mas que, a priori só existiu mesmo por aqui – e lançou o termo “Coolritiba” (na cola do slogan “Curitiba agora é cool).
Uma rápida audição no EP faz a conexão com as palavras-chaves do parágrafo acima. Aqui, Madchester reina soberana. E, acima de todas as coisas, os Stone Roses. Afinal, é uma herança direta o clima “festa baggy regido por batidinha dançante e linha de baixo hipnótica somado a guitarras entupidas de efeitos obtidos através de pedais (wha-whas, inclusive) e notas prolongadas pelo e-bow. Fica impossível não querer deixar de dançar balançando as franjinhas ao som de “Dance na Chuva” e “Colidir”.
Também não por acaso, uma das faixas leva a co-autoria de Ian Brown (errr... será que ele sabe?). Este é justamente o grande destaque do EP. “Mundo Pequeno” já toca com freqüência na programação destinada aos sons locais nas rádios de Curitiba. Tem como base um dedilhado que, ao mesmo tempo em que remete aos Roses mais famosos da cidade de Manchester, brinca com os clássicos acordes dissonantes do começo de “Lucy In The Sky With Diamonds”. A letra, curta, e o refrão, mais do que direto com apenas uma frase (“Somente posso te amar”) fixam rapidamente.
www.myspace.com/celestines
Fonte: Bacana
2 comentários:
hey, sou eu ali!
Opa, e não é que é mesmo!!!
Valeu a visita!
Beijão.
Postar um comentário